Roubo de cargas cai 32%, mas mapa do crime pode ter mudado no Sudeste

13 de março de 2025

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

O roubo de cargas é uma das principais ameaças à cadeia logística brasileira. No entanto, dados divulgados em fevereiro de 2025 revelam importantes perspectivas para a gestão de riscos neste setor.

As informações são do relatório anual da nstech, maior plataforma de tecnologia para logística e mobilidade da América Latina, elaborado com referências das três maiores gerenciadoras de riscos do Brasil. Um dos destaques relaciona-se a redução de 32% na sinistralidade em comparação com 2023.

Já a taxa de sinistros evitados ou recuperados se manteve acima de 74% — um indicativo de que medidas preventivas, como o monitoramento em tempo real, a roteirização inteligente e o uso de sensores de abertura e travamento de portas, além de tecnologias embarcadas como rastreadores por GPS e sistemas de telemetria, têm feito a diferença.

Sudeste em alerta: regiões críticas para o roubo de cargas

Apesar da redução geral, o Sudeste segue liderando os índices de roubo, concentrando 83,6% dos prejuízos. Os estados mais afetados foram:

  • São Paulo – 45,7%
  • Rio de Janeiro – 25% (com crescimento expressivo em relação a 2023)
  • Minas Gerais – 12,1%

Um dado preocupante é que, no terceiro trimestre de 2024, o Rio de Janeiro superou São Paulo em sinistralidade pela primeira vez desde a primeira medição da nstech, em janeiro de 2022, sinalizando uma possível mudança no mapa do crime.

Quem está na mira dos criminosos?

Segundo o levantamento, cargas fracionadas e produtos alimentícios são os mais visados, respondendo por 72,5% dos prejuízos. Em seguida, aparecem eletrônicos ou seus componentes, como celular, carregadores, computadores, controle para vídeo game, entre outros (11,5%). Por outro lado, houve uma queda significativa nos roubos de cigarros e medicamentos.

Quando e onde os riscos são maiores?

As áreas urbanas responderam por 34,1% dos prejuízos, o que reforça a importância de estratégias de segurança mesmo em centros logísticos e regiões aparentemente mais controladas.

Em relação aos horários, os crimes se concentram:

  • Noite (29,5%)
  • Madrugada (27,9%)
  • Segundas-feiras – dia com maior incidência de sinistros (20%)

Além disso, rodovias como a BR-116 e BR-101 tiveram aumento expressivo nos casos, com destaque para trechos dentro dos próprios estados (RJ x RJ e SP x SP), o que reforça a necessidade de vigilância local e regional.

Julho e agosto foram os meses mais críticos de 2024. Já em novembro, o relatório identificou um aumento nos roubos às quintas-feiras (44,8%), com maior incidência nas madrugadas e noites, representando 68% dos casos registrados no mês.

O que as empresas podem fazer?

O Relatório Anual da nstech destaca que, embora os avanços no combate ao roubo de cargas sejam significativos, a gestão de risco precisa ser cada vez mais dinâmica e adaptativa diante das mudanças no comportamento criminoso. A redução na taxa de sinistros é resultado direto da combinação estratégica de investimentos em tecnologias de ponta e inteligência operacional.

Entre as principais iniciativas, estão o uso de sistemas de rastreamento em tempo real, que permitem acompanhar a movimentação dos veículos e agir rapidamente em caso de desvios; a análise preditiva baseada em big data, que antecipa riscos com base em padrões históricos e comportamentais; e a roteirização inteligente, que evita trechos com maior incidência de crimes.

Além disso, parcerias com forças de segurança pública e centros de controle integrados têm se mostrado fundamentais para respostas rápidas e recuperação de cargas. A integração dessas soluções transforma a logística em um ecossistema mais seguro e eficiente.

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