Três anos após a entrada em vigor da revisão da NR-7, que reformulou o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), muitas empresas ainda enfrentam desafios para consolidar as mudanças exigidas.
A norma, que reforçou a integração entre saúde ocupacional e o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), transformou o PCMSO em uma ferramenta estratégica de gestão. Mas, na prática, o processo de adaptação ainda está em curso.
Principais aprendizados desde a revisão
- Integração com o PGR ainda é um gargalo: muitas empresas atualizam os programas de forma isolada, sem conectar dados de risco e saúde ocupacional.
- Digitalização é um diferencial competitivo: organizações que adotaram sistemas eletrônicos para ASO (Atestado de Saúde Ocupacional) e prontuários reduziram retrabalho e ganharam rastreabilidade.
- O papel do médico coordenador ficou mais estratégico: ele passou de executor de exames a gestor de indicadores de saúde corporativa.
- Empresas de pequeno porte buscam equilíbrio: apesar da simplificação prevista, ainda há dúvidas sobre os limites das obrigações.
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Desafios que persistem em 2025
- Falta de cultura preventiva em setores com alta rotatividade ou terceirização.
- Desalinhamento entre RH, SST e jurídico, que dificulta uma visão integrada da saúde ocupacional.
- Atualização defasada dos inventários de riscos, comprometendo a validade dos relatórios médicos.
- Carência de profissionais especializados para coordenar o PCMSO com base analítica.
Caminhos para adequação
Para atender às exigências da NR-7, recomenda-se que as empresas:
- Revisem o PGR – assegurem que o inventário de riscos esteja atualizado e alinhado ao novo PCMSO.
- Atualizem o programa médico – incorporem práticas de monitoramento contínuo e relatórios analíticos anuais.
- Capacitem equipes de SST – promova treinamentos sobre a integração entre segurança, medicina e gestão de risco.
- Modernizem registros e processos – digitalizem ASOs, prontuários e relatórios para garantir rastreabilidade.
- Acompanhem atualizações legais – monitorem publicações oficiais e orientações de órgãos fiscalizadores.
A revisão da NR-7 não foi apenas uma mudança normativa, mas uma atualização de mentalidade. Três anos depois, o verdadeiro desafio está em transformar conformidade em gestão estratégica, consolidando o PCMSO como parte da cultura organizacional e não apenas como obrigação legal.


