Lei do Combustível do Futuro: 1 ano depois, o que muda na agenda das empresas

17 de dezembro de 2025

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Um ano após a sanção da Lei nº 14.993/2024, o Combustível do Futuro deixou de ser apenas uma diretriz ambiental e passou a integrar a agenda estratégica corporativa, influenciando decisões de investimento, contratos de longo prazo e gestão de riscos. 

Ao criar um arcabouço para combustíveis de baixa emissão  como SAF, diesel verde e hidrogênio de baixo carbono  o Brasil reforçou a previsibilidade regulatória em um tema sensível ao capital intensivo e à competitividade de longo prazo.

O que o marco regulatório sinaliza ao mercado 

A Lei do Combustível do Futuro envia ao mercado uma sinalização clara de previsibilidade regulatória em um tema marcado por investimentos intensivos em capital e decisões de longo prazo.  

Ao estabelecer metas graduais e instrumentos de acompanhamento, o marco reduz o risco de rupturas operacionais e cria um ambiente mais favorável à alocação de recursos em infraestrutura, tecnologia e inovação energética.  

Esse desenho regulatório também reforça o alinhamento do Brasil às agendas globais de descarbonização, financiamento sustentável e critérios ESG, influenciando diretamente a forma como projetos são avaliados, financiados e priorizados pelas empresas.  

Para o ambiente corporativo, o principal impacto não está apenas nos custos imediatos, mas na reorganização dos modelos de decisão, na gestão de riscos e na construção de estratégias mais resilientes no médio e longo prazo. 

Impactos já observados nas empresas 

Mesmo no primeiro ano, já se observam: 

  • revisão de contratos de fornecimento e logística; 
  • reavaliação de ativos, CAPEX e planos de expansão; 
  • maior exigência de rastreabilidade, métricas de emissões e governança de dados; 
  • integração mais estreita entre produtores, distribuidores e consumidores finais. 

Esses movimentos indicam que a transição energética começa a migrar do discurso para a execução.  

Leia também  

Principais desafios no curto e médio prazo 

Apesar dos avanços regulatórios, os desafios no curto e médio prazo permanecem relevantes.  

A ampliação da oferta de combustíveis sustentáveis em escala competitiva, a adequação da infraestrutura existente e o equilíbrio entre custo, eficiência operacional e retorno sobre investimento seguem como pontos críticos para as empresas.  

Soma-se a isso a dependência de fiscalização consistente, métricas claras de impacto ambiental e coordenação entre agentes públicos e privados, fatores que influenciam diretamente a previsibilidade dos projetos e a tomada de decisão. 

Ampliação do mapa de riscos corporativos 

A transição para combustíveis sustentáveis amplia e complexifica o mapa de riscos corporativos. À medida que novas exigências regulatórias entram em vigor e tecnologias ainda em consolidação ganham escala, empresas passam a lidar simultaneamente com riscos regulatórios, operacionais, tecnológicos, financeiros e reputacionais 

Mudanças em marcos legais, dependência de fornecedores específicos, volatilidade de insumos e impactos sobre a continuidade operacional tornam-se variáveis críticas no processo decisório. 

Nesse contexto, a gestão de riscos deixa de ser reativa e passa a exigir uma abordagem integrada, conectando estratégia, compliance, finanças e operações. Organizações que incorporam esses fatores aos seus modelos de risco e planejamento estratégico tendem a tomar decisões mais resilientes, proteger investimentos de longo prazo e reduzir exposições não intencionais. 

O que lideranças e conselhos devem observar agora 

  • Como a transição energética impacta contratos, ativos e estrutura de custos; 
  • Se os modelos de risco consideram cenários regulatórios e tecnológicos; 
  • O nível de maturidade em dados, métricas ambientais e governança; 
  • A capacidade de transformar exigências regulatórias em vantagem competitiva. 

O diferencial competitivo estará menos em cumprir a regra e mais em antecipar cenários, estruturar decisões e proteger o negócio em um ambiente energético em transformação.  

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