No dia 9 de junho de 2022, o Instituto Adolfo Lutz confirmou o primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil. O diagnóstico ocorreu após a análise do material genético do paciente, um homem de 41 anos que reside da cidade de São Paulo e havia viajado para a Espanha, segundo país com o maior número de casos da doença até esta data.
Segundo nota do Ministério da Saúde, “todas as medidas de contenção e controle foram adotadas imediatamente após a comunicação de que se tratava de um caso suspeito de monkeypox, com o isolamento do paciente e rastreamento dos seus contatos, tanto nacionalmente quanto do voo internacional, que contou com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”.
A seguir, a equipe médica da It’sSeg responde as principais dúvidas sobre a doença. Confira!
1. O que é varíola dos macacos?
Monkeypox é uma zoonose, isto é, uma doença transmitida entre animais e seres humanos. Ela foi identificada pela primeira vez em macacos (daí o nome) em 1958. Mas ao longo do tempo, o vírus foi encontrado em outros mamíferos, principalmente roedores. O primeiro caso em humanos foi registrado em 1970.
Apesar do nome, o atual surto da doença não tem relação com macacos.
2. Como a varíola dos macacos é transmitida?
Entre pessoas a transmissão ocorre, principalmente, por contato com as feridas na pele. Outros meios são:
- através da saliva ou de gotículas respiratórias geradas ao tossir/espirrar;
- por contato com roupas/objetos contaminados;
- mordida ou arranhão de animal que possui o vírus.
3. A varíola dos macacos é uma infecção sexualmente transmissível (IST)?
A doença pode ser transmitida por relação sexual devido ao contato com as feridas na pele por tempo prolongado. Mas não se trata de uma IST, pois o vírus não foi detectado em fluidos genitais.
4. Quais são os sintomas da monkeypox?
Os sintomas podem levar cerca de 6 a 21 dias para aparecer, sendo os mais comuns: febre, calafrios, dor de cabeça, dores no corpo e cansaço. Após 1 a 3 dias dos sintomas iniciais, surgem lesões/feridas na pele.
5. Tive contato com um caso suspeito ou confirmado da doença, o que devo fazer?
Fique atento a eventuais sintomas nos próximos 21 dias.
6. Estou com sintomas, e agora?
Marque uma consulta presencial ou por telemedicina para investigar os sintomas; use máscara e evite contato com outras pessoas. Se o diagnóstico for confirmado, mantenha-se em isolamento até as lesões na pele cicatrizarem.
7. Existe tratamento ou vacina?
Em geral, os casos de monkeypox precisam apenas de cuidados e observação. Em quadros graves, o tratamento pode incluir uso de medicamento antiviral. Até o momento, a vacinação contra a varíola dos macacos é indicada apenas para pessoas com alto risco de exposição ao vírus, como profissionais da saúde e equipes de laboratório, mas ainda não está disponível no Brasil.
8. Moro com uma pessoa infectada pelo vírus, como me cuidar?
- Não compartilhe itens como roupas, roupas de cama, toalhas, panos de prato, copos e talheres;
- Limpe diariamente superfícies e objetos de uso comum com álcool 70%, água sanitária ou água e sabão (mesas, maçanetas e interruptores de luz, por exemplo);
- Lave as mãos com frequência;
- Use máscara quando estiverem no mesmo ambiente.
9. Gestantes têm maior risco de adoecer?
Há poucos casos de varíola dos macacos em gestantes, mas é importante monitorar a saúde do bebê se a doença for diagnosticada na gravidez. O vírus pode levar a malformações fetais, além de aumentar o risco de parto prematuro e aborto.
10. Posso amamentar se estiver com a doença?
Sim, desde que as lesões na pele estejam cobertas. Também é importante usar máscara quando estiver próximo da criança.
11. Animais de estimação podem adoecer?
Já houve registro de pessoas que transmitiram o vírus da varíola dos macacos para seus cachorros. Estudos mostram que coelhos e camundongos também podem adoecer (ainda não é sabido se o mesmo ocorre com gatos). A qualquer sinal incomum, leve o animal ao veterinário; a doença tem cura.