Nas ultimas semanas, o Brasil tem experimentado o maior controle do número de novos casos e óbitos pela Covid-19. Essa melhora veio acompanhada de otimismo e da possibilidade de planejar encontros presenciais, festas e viagens.
No entanto, sabemos que cuidados especiais e medidas de vigilância seguem recomendadas pela comunidade científica, justamente para continuarmos evoluindo nos próximos meses. Por isso, separamos alguns pontos de atenção para este fim de ano. São eles:
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Aumento de casos na Europa
Alguns países na Europa observaram aumento do número de casos de Covid-19 no início da temporada de outono, na qual as temperaturas caem e as atividades voltam a ser realizadas em ambientes fechados.
Esse aumento é multifatorial, ou seja, sua origem pode ter sido causada por vários motivos, como:
– Vacinação distribuída de maneira heterogênea no continente, que apesar de haver uma taxa média de imunizados elevada, ainda apresenta regiões com patamares aquém do desejado;
– Percentual maior de população idosa, que sofre mais com a queda da proteção vacinal com o passar do tempo;
– Redução das medidas de proteção, como o uso de máscaras e distanciamento social, bem como a maior circulação de pessoas durante os meses de verão no hemisfério norte.
Neste cenário, o Brasil apresenta algumas características diferentes: média de 75% da população vacinada com a primeira dose (podendo variar de 55% em Roraima a 81,7% em São Paulo) e menor percentual de população idosa, que representa cerca de 14,5% dos brasileiros, em comparação a 29% na Alemanha e 30,3% na Itália.
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Importância do uso de máscara
Apesar da crescente parcela de população vacinada, o retorno de eventos com aglomeração e maior circulação de turistas impõe o risco de um novo aumento do número de casos de Covid-19. Sendo assim, ainda é fundamental o uso de máscara quando outras medidas (como permanência em ambientes ventilados e distância mínima de um metro e meio) não puderem ser seguidas.
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Cuidados ambientais
A principal rota de transmissão do coronavírus é por meio da via respiratória, isto é, ao inalar gotículas produzidas pelo indivíduo infectado ao tossir, falar ou espirrar. A transmissão através do contato das mãos com itens contaminados (como portas, interruptores e corrimões) é menos provável.
Entretanto, embora seja menos frequente, essa segunda via de transmissão ainda é uma possibilidade. Por essa razão, continua importante manter a higienização frequente das mãos. Em relação à limpeza de superfícies e itens, esta parece ter um impacto menor na prevenção quando comparada com as outras medidas que citamos.
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Doses de reforço
No Brasil, até o momento 9,1% da população recebeu uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19. Alguns estados aderiram à estratégia de reduzir o intervalo entre doses, visando aumentar o percentual de indivíduos com esquema vacinal completo.
Espera-se que, com um maior percentual da população vacinada, seja possível manter o número de hospitalizações e mortes em um patamar estável, a fim de evitar uma nova sobrecarga dos serviços de saúde.
Para evitar atrasos no calendário vacinal, e após a obtenção de dados de segurança, foi atualizada a recomendação sobre a coadministração de vacinas. Isso significa que os imunizantes contra a Covid-19 podem ser aplicados simultaneamente a outros imunizantes, sem a necessidade de intervalo mínimo entre eles.
Porém, o aumento da circulação de pessoas e as comemorações de final de ano trazem o desafio de retornar às celebrações sem descuidar da saúde. Instituições como a Fiocruz e o Centro de Controle de Doenças, dos Estados Unidos, sugerem fortemente que reuniões presenciais sejam feitas somente entre indivíduos vacinados.
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Variante ômicron
Reportada à Organização Mundial de Saúde (OMS) no final de novembro de 2021, a variante ômicron já foi identificada em 54 países até o dia 7 de dezembro. No momento, acredita-se que ela seja capaz de disseminar o vírus com maior facilidade.
Informações sobre a potencial gravidade da ômicron, além da eficácia dos imunizantes atualmente disponíveis para combater essa variante, ainda estão sendo compiladas e estudadas.
Com o objetivo de reduzir a velocidade de disseminação da ômicron, foram impostas restrições aos viajantes originários de países nos quais a variante é responsável por um número elevado de casos (como Botswana, Eswatini, Lesotho, Malawi, Moçambique, Namíbia, África do Sul e Zimbabwe), assim como grandes eventos foram cancelados no Brasil.