Saúde do homem: barreiras culturais ainda são obstáculos

01 de novembro de 2021

Além de chamar a atenção para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata, a campanha Novembro Azul lembra que, embora o tema seja repleto de preconceitos, cuidar da saúde também é “coisa de homem”.

Há muitos tabus em torno da masculinidade e o cuidado com a saúde é um deles. Meninos são educados para se mostrarem fortes, corajosos e autossuficientes. O problema é que isso cria barreiras para que os homens busquem ajuda, mesmo diante de situações graves. Isso explica porque eles vão menos ao médico e, geralmente, conversam pouco sobre os próprios sentimentos.

A negligência tem o seu preço. Segundo o Ministério da Saúde, a cada três pessoas que morrem no Brasil, duas são homens. A taxa de suicídio também é maior no sexo masculino — a média global é de 15 homens para 8 mulheres por 100 mil habitantes.

Outras barreiras que afastam os homens dos consultórios é o medo de descobrir uma doença grave e a vergonha de expor o corpo. Por medo de serem julgados, preferem sofrer em silêncio. Como consequência, o diagnóstico tardio muitas vezes impossibilita um tratamento menos invasivo e pode agravar transtornos mentais, como ansiedade e depressão.

Ensinar o autocuidado pode ser revolucionário

Homens não precisam demonstrar superioridade ou superar limites o tempo todo para provar algo. Eles precisam de cuidado, qualidade de vida e saúde em dia, assim como todo mundo. Ensinar isso, começa pelo exemplo.

“Muitas vezes os meninos são os últimos a comer, a receber o prato de comida, porque a gente acha que eles aguentam mais. Eu estou ensinando, pelo exemplo, esse menino a se olhar pouco, ou a esperar muito, para ter suas necessidades atendidas. Se o outro acha que sou forte, que eu dou conta, que eu consigo esperar, eu pouco também enxergo isso no outro. Então como é que eu aprendo a cuidar das pessoas, se eu não sou enxergado e se eu também não aprendo a enxergar o outro?”, destaca Raquel Franzim, diretora de educação no Instituto Alana, organização que promove o direito e desenvolvimento integral da criança.

Vamos juntos quebrar esses estereótipos? Realizar checkups anuais e ter um médico de confiança é essencial. Saúde mental não é algo que podemos deixar para depois. E pedir ajuda não é sinal de fraqueza.

Homens, se cuidem mais!

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