Vacina contra Covid-19: Dúvidas sobre a vacinação no Brasil

12 de julho de 2021

Desde o início da campanha de vacinação contra a covid-19, milhares de brasileiros receberam as duas doses da vacina, estando em menor risco de desenvolver formas graves da doença.

Nos últimos meses, foi possível observar o impacto positivo da imunização. Entre a população com mais de 65 anos, houve redução de aproximadamente 50% no número de hospitalizações. Neste momento, a faixa etária abaixo dos 60 anos corresponde à média de idade dos indivíduos hospitalizados, corroborando o efeito protetor da imunização entre os mais velhos.

Esse desfecho foi obtido por meio do PNI (Programa Nacional de Imunização). No Brasil, 44% das doses aplicadas foram fornecidas pelo Instituto Butantan e 46% pela Fiocruz. Os dois principais imunizantes utilizados no país se mostraram eficazes na redução de casos graves, conforme esperado pelos estudos de eficácia.

Outro ponto relevante é que 10% da população com mais de 70 anos ainda não foi imunizada. Esse absenteísmo causa preocupação, visto o aumento da circulação do vírus e disseminação das variantes gama e delta, relacionadas a uma maior transmissibilidade. A recusa à vacinação é ocasionada por muitos fatores, entre eles: desconhecimento sobre os riscos de adoecimento, dúvidas sobre a vacina e desinformação (fake news).

Vacinas causam reações adversas

O receio relacionado aos efeitos colaterais, apesar de frequente, deve ser abordado de maneira objetiva e transparente. Todas as vacinas atualizadas, atualmente, podem apresentar reações adversas leves a moderadas. O que pode incluir: dor de cabeça, dor no local da aplicação, dor muscular e febre, com melhora em poucos dias.

Reações adversas mais graves, tais como trombose com trombocitopenia (queda do número de plaquetas), ocorrem em apenas 0,1 a 0,5% dos vacinados. Casos de miopericardite (inflamação da membrana que reveste o coração e do músculo cardíaco) foram descritos em 0,0019% dos imunizados.

Gestantes podem tomar a vacina contra covid?

Uma preocupação adicional foi levantada em relação às gestantes, população em que a mortalidade para covid-19 chegou a 7,2%. Em 2020, houve 560 mortes pela doença em mulheres grávidas e puérperas. Em 2021, já foram registradas 1.156 mortes. A vacina, então, segue recomendada para esse grupo.

No entanto, é recomendado a não utilização de vacinas que utilizam vetor viral (Fiocruz e Janssen) em grávidas e puérperas, após suspeita de reação adversa grave com óbito materno e fetal. Apesar de ajustes terem sido realizados no imunizante da Fiocruz, o objetivo é reduzir o risco de reações graves.

Considerações finais sobre a vacinação anticovid

Aos pertencentes dos grupos de risco (exceto gestantes e puérperas), o retorno às atividades presenciais deve ser gradual, mantendo as medidas de proteção até que uma parcela maior da população esteja imunizada.

Denúncias de não aplicação de vacina (intituladas “vacinas de vento”) e equívocos no processo (aplicação de outro imunizante ou fora do prazo de utilização) surgem nos veículos de comunicação. Sendo assim, o momento da imunização deve ser de atenção, para assegurar que as boas práticas estão sendo seguidas: checagem do nome do imunizante, data de validade e aplicação adequada.

Seguidas essas etapas, é dispensável a realização de exames pós-vacinação, como os testes rápido e sorológico. Esses exames apresentam baixa sensibilidade e, com isso, resultados negativos não necessariamente indicam ausência de imunidade pós-vacinal. O que diz que as vacinas funcionam são os testes clínicos, que são realizados antes dos imunizantes chegarem à população.

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