O trabalho remoto criou novas possibilidades e ofereceu mais tempo com a família. Mas há desafios pela frente, como mostra o Índice de Tendências do Trabalho, produzido pela Microsoft.
O estudo foi realizado com mais de 30.000 pessoas, em 31 países, e também analisou dados de produtividade no Microsoft 365 e LinkedIn. Os resultados apontam que, este ano, os funcionários ficaram mais isolados, além do esgotamento digital ser uma ameaça real. E conclui que uma abordagem cuidadosa para o trabalho híbrido é crucial para as empresas continuarem a atrair e reter talentos.
Convidamos você a continuar esta leitura para conhecer os destaques da pesquisa.
Veja também:
O trabalho híbrido é inevitável
Para 66% dos líderes respondentes da pesquisa, flexibilidade e trabalho híbrido definirão o local de trabalho pós-pandemia. Por isso, eles consideram redesenhar os espaços físicos para acomodar melhor os ambientes físico e digital.
Um objetivo novo e importante é garantir que os funcionários tenham flexibilidade para trabalhar quando e onde quiserem, bem como as ferramentas de que precisam para contribuir igualmente, de onde quer que estejam. O espaço físico do escritório deverá ser atraente o suficiente para motivar os funcionários a se deslocarem, com uma mistura de colaboração e áreas de silêncio e foco. Da mesma maneira, as reuniões e a cultura da equipe precisarão garantir que todas as vozes sejam ouvidas, presencial ou virtualmente.
A sobrecarga digital é real e crescente
A produtividade permaneceu igual ou superior para muitos no ano passado, mas a um custo: 54% dos entrevistados se sentem sobrecarregados e 39% se sentem exaustos. Dados coletados entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021 quantificam o esgotamento que as pessoas estão sentindo:
- O tempo gasto em reuniões mais do que dobrou (2,5 vezes) e continua a aumentar;
- A reunião média é de 10 minutos a mais, aumentando de 35 para 45 minutos;
- O usuário médio do Teams está enviando 45% mais mensagens por semana, inclusive após o expediente;
- O número de emails entregues em fevereiro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, cresceu 40,6 bilhões;
- Houve aumento de 66% no número de pessoas trabalhando em documentos;
- E 62% das ligações e reuniões não são agendadas.
Não será fácil, mas considere como reduzir a carga de trabalho dos funcionários, abraçar um equilíbrio de colaboração síncrona e assíncrona e criar uma cultura em que as pausas sejam incentivadas e respeitadas.
A Geração Z está lutando mais do que outras gerações
Seja para trazer novas ideias ou, simplesmente, para se engajar com o trabalho, 2020 foi um ano desafiador para a Geração Z (pessoas nascidas, em média, entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010).
É mais provável que essas pessoas sejam solteiras e estejam no início de suas carreiras, o que os torna predispostos a sentir mais os impactos do isolamento social imposto pela pandemia. Quando comparados às gerações anteriores, os respondentes da pesquisa relataram que são mais propensos a ter dificuldade em conciliar o trabalho com a vida (+8 pontos percentuais) e a se sentirem exaustos após um dia típico de trabalho (+8 pontos percentuais).
Como a primeira geração em um ambiente remoto tão difundido, sua experiência definirá expectativas e atitudes em relação ao avanço do trabalho. Garantir que a Geração Z tenha um senso de propósito e bem-estar é decisivo na mudança para o modelo híbrido.
As equipes estão mais isoladas no trabalho digital
As tendências de colaboração no Microsoft Teams e no Outlook mostram que as interações com equipes imediatas, ou redes próximas, foram fortalecidas com a mudança para o trabalho remoto. No entanto, as interações em redes distantes diminuíram.
À medida que as empresas se adequam ao modelo híbrido, será importante lembrar que o trabalho remoto torna as equipes mais isoladas. Os líderes devem procurar maneiras de fomentar o capital social, a colaboração entre equipes e o compartilhamento espontâneo de ideias, o que há décadas impulsiona a inovação.
Um ano difícil pode ter tornado o trabalho mais humano
No momento em que as pessoas enfrentavam um estresse sem precedentes, balanceavam creche e educação domiciliar, trabalhavam em salas de estar, acalmavam cachorros que latiam e afastavam gatos curiosos nas reuniões virtuais, algo mudou. O trabalho se tornou mais humano.
Uma em cada cinco pessoas que participaram do estudo conheceu, virtualmente, os animais de estimação ou as famílias de seus colegas de trabalho. Interações como essas podem ajudar a promover um ambiente onde as pessoas se sintam mais à vontade para serem elas mesmas.
Em comparação a um ano atrás, 39% dizem que são mais propensos a ser plenos e autênticos no trabalho, enquanto que 31% afirmam ser menos inclinadas a se sentirem constrangidas ou envergonhadas quando sua vida doméstica aparece durante os encontros online.
Em conjunto, essas cinco tendências mostram, em certa medida, que estamos aos poucos soltando as noções tradicionais de espaço e tempo para trabalharmos juntos. Estamos caminhando, agora, para deixar de lado suposições arraigadas ao mudar nosso modelo mental para abraçar o trabalho híbrido e a flexibilidade.