Passado mais de um ano da pandemia, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre qual teste deve ser feito para a detecção da Covid- 19. A médica infectologista Naiane Ribeiro Lomes explica a diferença entre eles e qual o momento certo de realizá-los.
Como funciona a Pesquisa por RT-PCR
Os testes de RT-PCR são considerados os mais efetivos para diagnosticar a Covid-19, porque identificam uma parte do material genético (RNA) do coronavírus, sem possibilidade de confundir o resultado com qualquer outro agente viral.
Contudo, pode apresentar resultado falso-negativo, apesar de o indivíduo estar infectado, quando realizado fora do período adequado.
O melhor momento para realizar os testes de PCR é a partir do terceiro até o sétimo dia de sintomas. A coleta é feita através do swab orofaringe ou amostra de saliva, a depender da técnica utilizada para amplificar o material genético. O exame pode se manter positivo por até 12 semanas e não deve ser realizado de maneira rotineira para controle de cura.
Desde 1º de abril, as solicitações médicas de exame RT-PCR, para diagnóstico da Covid-19, que atendam às condições da cobertura obrigatória devem ser autorizadas de forma imediata pelas operadoras de planos de saúde. A determinação é da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e tem como objetivo agilizar a realização dos exames.
Antes da mudança, os planos de saúde podiam demorar até três dias úteis para garantir o atendimento ao pedido.
Como funcionam os exames sorológicos do coronavírus
Os planos de saúde também são obrigados a cobrir testes sorológicos, que detectam a presença de anticorpos, com solicitação médica.
Realizados por meio da coleta de sangue, os exames de Sorologia são capazes de detectar os níveis de anticorpos produzidos no organismo em resposta à Covid-19. Ou seja, o resultado do teste diz se a pessoa já teve contato com o vírus e se o sistema imunológico produziu anticorpos contra a doença.
Como nosso corpo só começa a produzir anticorpos depois que a infecção está instalada, o exame de sorologia é recomendado a partir do décimo dia de sintomas, para evitar um resultado falso-negativo.
Mas, mesmo um resultado negativo não exclui a possibilidade da presença da doença. O médico responsável pelo paciente pode solicitar testes complementares.
Posso fazer o teste rápido da Covid-19?
Apesar de não terem cobertura obrigatória pelos planos de saúde, os testes rápidos se tornaram comuns pela praticidade e menor custo. Eles utilizam uma amostra de sangue, colhida por um furo no dedo ou a partir da veia, para detectar a presença de anticorpos IgM e IgG e o resultado sai em menos de uma hora.
Há ainda outro tipo de teste que detecta a presença de antígenos (normalmente uma proteína, que desencadeia a resposta do sistema imunológico) no sangue. A coleta é feita por meio do swab orofaringe. No entanto, é um método menos utilizado.
Os testes rápidos podem auxiliar o mapeamento da população que já teve o vírus ou foi exposta a ele, mas não têm função de diagnóstico.
A realização de exames deve contar com avaliação médica
É importante ressaltar que a realização de exames para a detecção da Covid-19, bem como sua interpretação, deve estar relacionada com o quadro clínico e histórico médico do paciente.
Enquanto aguarda o resultado dos exames, em especial os testes de PCR, considere-se como um caso suspeito e pratique as medidas de prevenção, incluindo distanciamento social, uso frequente de máscara e higienização das mãos.
Caso haja dúvida em relação ao resultado, exames complementares podem ser realizados para aumentar a precisão do diagnóstico. Essa conduta deve ser feita pelo seu médico, após identificar a fase da doença e fazer a avaliação clínica adequada.
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