Cresce o consumo de produtos orgânicos no Brasil

16 de março de 2022

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Os produtos orgânicos no Brasil tem conquistado cada vez mais espaço na economia. Em 2021, o número de consumidores de alimentos orgânicos no país cresceu 63%, de acordo com a pesquisa “Panorama do consumo de orgânicos no Brasil”, desenvolvida pela Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), junto à empresa Brain Inteligência Estratégica e à iniciativa Unir Orgânicos.

Tudo indica que o contexto da pandemia favoreceu o crescimento. A pesquisa identificou que 25% dos consumidores que declararam comprar orgânicos passaram a fazê-lo apenas nos últimos dois anos. Os resultados foram compilados a partir de 987 entrevistas realizadas em todo o país, entre 15 de setembro e 5 de outubro de 2021.

Aumento no consumo de alimentos orgânicos

A pesquisa identificou que, em 2021, 31% dos entrevistados consumiu no período de 30 dias pelo menos um produto orgânico. Em comparação aos anos anteriores, esse número era equivalente a 19% em 2019 e 15% em 2017. O crescimento de 2019 para 2021 foi um salto 2,4 vezes maior que aquele percebido entre 2017 e 2019; e, em comparação ao percentual registrado em 2017 e 2021, houve um aumento significativo de cerca de 106%.

Com mais acesso à informação e conteúdos qualificados sobre o assunto, de alguns anos pra cá, as pessoas têm buscado por modos de vida mais saudáveis e sustentáveis. Isso tem relação, entre outros aspectos, com o consumo de alimentos orgânicos. A pesquisa identificou que melhorar a saúde (47%) é o principal motivo para as pessoas consumirem produtos de origem orgânica; em seguida aparecem: melhor qualidade do produto (24%) e não contém agrotóxicos (13%).

Segundo Cobi Cruz, diretor executivo da Organis, “a busca por uma alimentação que ajude a manter e melhorar a saúde vem crescendo na consciência do consumidor. Os orgânicos são lembrados quase como sinônimos de alimentos saudáveis. Depende de nós costurar essas duas pontas, ficando cada vez mais próximos e acessíveis ao público. Trata-se de um nicho muito competitivo, que precisa ser constantemente trabalhado, em bases profissionais.”

Outro dado importante: 89% dos entrevistados acham necessário o selo de identificação, o que possibilita a rastreabilidade do produto. E mais, quando questionados quais os critérios determinam a escolha de produtos orgânicos, 43% declararam ser a aparência do produto e 41% ser o preço.

Produtos orgânicos

Ainda que bastante associado pelo público em geral a hortifrútis (frutas, legumes e verduras), o cardápio de alimentos orgânicos é amplo. Hoje, os produtores entregam ao cliente açúcar, azeite, café, laticínios, carnes, vinhos etc. — isso para ficar somente na prateleira dos alimentos, pois há orgânicos que não são alimentícios, como produtos de higiene pessoal, cosméticos, limpeza, tecidos, calçados e alimentos para animais de estimação.

Essa variedade pode ter contribuído para o aumento do público consumidor. No entanto, ao serem perguntados sobre quais produtos orgânicos compram com maior frequência,  75% dos respondentes afirmaram ser os hortifrútis; 12% disseram grãos; e na terceira posição, os cereais com 10%.

De acordo com Marcos Kahtalian, sócio-diretor da Brain e responsável técnico pela pesquisa, a variedade de produtos torna o orgânico cada vez mais conhecido. “Esta diversidade coloca o orgânico no centro das atenções, fortalecendo a relação com o público que já é consumidor e despertando o interesse dos não consumidores em saber mais sobre produtos orgânicos”. E acrescenta: “chegar ao orgânico pelos hortifrútis ainda é a via principal, mas aos poucos outros itens do cardápio receberão maior atenção do público”.

Para Kahtalian há três grandes desafios que o setor de orgânicos deve manter em sua pauta e que são oportunidades de negócios. São eles, segundo o executivo:

  • Ampliar a produção em si e ampliar a diversidade de produtos;
  • Ampliar a distribuição e maior conhecimento deste segmento para os consumidores;
  • Tornar o preço mais acessível para estimular o consumo.

Consumidores dispostos a pagar mais

O público consumidor também está disposto a pagar mais pelos produtos orgânicos. Esse foi um indicador do estudo, segundo o qual os consumidores podem chegar a pagar até 19% a mais, em média, nos orgânicos quando comparado ao consumo dos não-orgânicos.

A prateleira dos orgânicos normalmente é associada a produtos de maior qualidade e com benefícios reais à saúde das pessoas. O custo de produção também é um componente que eleva o preço final, e o consumidor identifica essa característica.

Por isso, 71% dos consumidores entrevistados disseram que é justificável o preço do orgânico ser maior em relação ao produto tradicional. Aliás, o custo foi apontado por aqueles que consomem e os que não consomem orgânicos.

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