A agricultura é uma atividade de risco por si só. Seu resultado está diretamente ligado ao clima que, por sua vez, impacta sobre o potencial produtivo e o andamento da colheita. Entre as principais preocupações do produtor estão a seca, geada e chuva excessiva, que não só são capazes de provocar perdas na produção como, também, podem derrubar o valor da safra.
Vimos isso acontecer recentemente com a cultura da soja. Os preços do grão recuaram depois de fortes chuvas em diversas regiões do país, levando produtores a saírem do mercado para evitar mais prejuízos.
Para minimizar esses riscos na produção de grãos, uma alternativa que tem se mostrado cada vez mais importante é o seguro de faturamento. Neste artigo, vamos explicar como ele funciona e qual sua vantagem em relação ao seguro agrícola tradicional. Acompanhe!
Como funciona o seguro de faturamento
O seguro de faturamento ainda é pouco conhecido no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa modalidade representa quase 90% das apólices contratadas do ramo agrícola.
Vale ressaltar que esse tipo de seguro se destina à produção de soja, milho, trigo, arroz, cevada, canola, feijão, amendoim, cana-de-açúcar, algodão, girassol e café.
A principal vantagem é que, com a proteção do seguro, o agricultor recebe uma indenização da seguradora diante de perdas na produção por causa de eventos climáticos e, também, quando o faturamento obtido pela colheita é menor do que o esperado devido à variação de preços.
Dessa forma, mesmo se houver perda de produtividade e/ou redução de preço da saca no mercado, o produtor terá garantido parte do valor esperado pela venda da safra.
Seguro de faturamento na prática:
O faturamento esperado é determinado pela multiplicação do preço base da saca pela produtividade esperada – ambos serão definidos na apólice. Já o faturamento garantido pelo seguro é obtido pela multiplicação do rendimento esperado pelo nível de cobertura contratado. Este último representa um percentual do faturamento esperado que se deseja proteger e, geralmente, varia de 60% a 85%.
Vamos supor que, em uma plantação na qual a produtividade esperada seja de 60 sacas por hectare, o preço esperado da cultura na época de colheita é pré-fixado em R$ 80 por saca. Assim, o faturamento esperado será de 480 mil reais. Mas o produtor contratou o nível de cobertura de 70%, então, neste caso, o faturamento garantido pelo seguro será de até 336 mil reais.
O agricultor terá o direito de ser indenizado pela seguradora quando o faturamento obtido na safra for menor do que o faturamento garantido, sendo a indenização calculada pela diferença entre os dois.
Dica importante para contratar o seguro de faturamento
A contratação do seguro agrícola deve ser feita antecipadamente para garantir a proteção durante todo o ciclo da planta. Porém, neste momento, as expectativas de preço para a colheita podem não estar consolidadas no mercado.
Por essa razão, as seguradoras oferecem a possibilidade de endosso da apólice – que nada mais é do que um documento que permite alterar a apólice original – para ajustar o preço previsto às expetativas do mercado no futuro.
Com isso, o produtor pode ficar tranquilo em relação a efetividade do seguro de faturamento para investir seus recursos financeiros na lavoura.
Também é interessante contar com a ajuda de uma consultoria especializada ao contratar o seguro. O consultor será responsável por avaliar, junto com o agricultor, os riscos aos quais sua produção está mais exposta e qual tipo de apólice atende às suas necessidades, além de auxiliar na negociação com a seguradora para obter o melhor custo-benefício e durante processos burocráticos no momento de receber a indenização. Clique aqui para saber mais!