Diante de situações que geram medo, dúvida ou expectativa, a ansiedade é uma resposta natural do corpo que pode ajudar o indivíduo a se planejar para encarar um novo desafio, como nas horas que antecedem uma entrevista de emprego ou uma cirurgia delicada. O que se torna alarmante é o excesso desse sentimento, que pode se transformar em transtorno de ansiedade.
Ansiedade em excesso
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva” ou “expectativa apreensiva”, de difícil controle, que permanece pelo período mínimo de seis meses. Normalmente é acompanhada por três sintomas ou mais, como: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, falta de ar e insônia. O TAG afeta diretamente as relações interpessoais, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, e pode acarretar até mesmo sintomas físicos, como a redução do apetite.
O diagnóstico é feito por um psicólogo baseado na análise destes sintomas (que podem variar de pessoa para pessoa) e existem diferentes maneiras de tratá-la, como terapias, técnicas naturais e/ou medicamentos.
O país mais ansioso do mundo
Segundo o último consenso da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros sofrem com a ansiedade, o triplo da média mundial. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa taxa cai para 6,3%. Nas Américas, assim como em outros continentes, as mulheres são mais afetadas: 7,7%, contra 3,6% dos homens.
Causas e sintomas
Apesar de não ser a mesma causa para todos, alguns fatores são comuns:
- Fatores ambientais, como pressão no trabalho, revés econômico e situações familiares.
- Fatores emocionais, como conceitos adquiridos durante a vida, pensamentos disfuncionais e negativos.
Os sintomas variam de pessoa para pessoa, por isso é preciso compreender quais gatilhos provocam o distúrbio:
- Sintomas emocionais: tristeza, nervosismo, irritabilidade.
- Sintomas fisiológicos: coração acelerado, sensação de formigamento, falta de ar, sudorese, tontura, dor de cabeça, dores musculares, insônia.
- Sintomas comportamentais: impulsividade, agressividade, fala acelerada.
- Sintomas cognitivos: dificuldade de concentração e tomada de decisão, preocupações excessivas.
Diferentes distúrbios de ansiedade
- Fobia social: ansiedade intensa ou medo de ser avaliado ou rejeitado quando participa de eventos sociais, como festas, aulas e reuniões. Falar em público é um desafio e pode levar a pessoa a corar, gaguejar, perder o ar enquanto fala, entre outros.
- Fobias especificas: medo exagerado e irracional de objetos, animais ou situações específicas, como medo de agulhas, multidões ou lugares altos. A pessoa pode evitar até mesmo fotos ou, no caso das crianças, brinquedos que representem esses gatilhos.
- Pânico: ataques de medo intenso e apreensão, que surgem abruptamente. Muitas vezes a pessoa sente tremores, tontura, náuseas e falta de ar.
- TOC: o transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por obsessões ou pensamentos intrusivos que são aliviados apenas quando se repete um comportamento padronizado sem sentido lógico, causando sofrimento ou disfunção social.
- Estresse pós-traumático: é um distúrbio marcado por lembranças recorrentes e intrusivas de um evento extremamente traumático, como guerras, atentados ou desastres naturais. Além das lembranças, é comum a pessoa ter insônia, irritabilidade e pânico.
Como controlar a ansiedade
O primeiro passo para controlar a ansiedade é identificar o fator desencadeador com a ajuda de um psicólogo, para combater as possíveis complicações do distúrbio. O profissional, em alguns casos, pode solicitar o acompanhamento de um psiquiatra, que poderá receitar medicamentos para ajudar no tratamento.
Uma mudança no estilo de vida também é essencial para controlar a ansiedade e inclui atividades físicas, alimentação saudável e equilibrada, técnicas de relaxamento, contatos sociais, momentos de lazer e evitar o consumo de álcool e drogas.
