Há 30 anos acompanho de perto a atuação de gestores de RH, em clientes e nas companhias em que atuei. Tenho presenciado como a profunda mudança das relações organizacionais vem colocando esse profissional cada vez mais próximo da estratégia do negócio. Uma vez que o capital intelectual vem sendo percebido como o patrimônio mais valioso de uma companhia, cuidar da relação empresa-colaborador é uma função vital e posiciona mais do que nunca o RH como parceiro do negócio, tão envolvido na entrega de resultados quanto os demais setores.
Gerenciar pessoas, seus talentos e habilidades e como eles podem contribuir estrategicamente para os negócios é um baita desafio. E é um longo caminho. Mas outras pautas também entram na agenda. E uma que se tornou muito relevante para o negócio e para o RH é a gestão da saúde: em muitas empresas, hoje essa é a segunda maior despesa, depois da folha de pagamento. É importante por dois aspectos relacionados entre si: o bem-estar do colaborador e a gestão dos custos.
Cuidar da saúde faz bem para o colaborador e para a empresa, impacta no clima, na performance e nos custos. Como a maioria dos planos médicos no Brasil são corporativos, são as empresas que pagam a maior parte desta conta. E todo RH sabe como é difícil estar nesse papel de gerenciar custos que você não controla, que dependem da saúde de dezenas a milhares de pessoas.
Segundo pesquisas, em 80% dos casos, nossa saúde está relacionada ao autocuidado e aos bons hábitos. Sim, fatores genéticos contam, mas apenas 20%, além dos acidentes. Ou seja, uma parte significativa das despesas médicas pode ser reduzida se os colaboradores se cuidarem.
E como fazer isso? O caminho que as empresas inovadoras estão trilhando nesse sentido é investir consistentemente em promoção de saúde. E esse movimento só está começando. Na It’sSeg, observamos que a demanda por essas ações dobrou no último ano. Vale lembrar que não dá para incentivar o autocuidado sem estimular o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
A boa gestão da saúde também não pode prescindir de uma ampla campanha de uso consciente dos benefícios oferecidos. O profissional de RH que já atua como parceiro estratégico sabe que precisa conscientizar e engajar as pessoas a cuidarem não só de sua própria saúde, mas também da “saúde da empresa”, cujo impacto direto é medido pela sinistralidade. Aliás, esse é um índice que todo colaborador deveria conhecer e entender. Infelizmente, muitas empresas só tomam ciência da sinistralidade da própria companhia no momento da renovação. E, como diz o ditado, o que não se conhece, não se gerencia.
Por isso, achamos muito importante celebrar o dia desse profissional, que lida com questões tão relevantes e estratégicas para o negócio. Nas palavras de um conhecido presidente de banco, “nosso principal ativo sobe e desce elevador todo dia”. Os profissionais de RH, frente aos desafios da gestão de saúde, talvez hoje pensem: “seria melhor se subissem de escada”.
Um abraço, Thomaz Cabral de Menezes
Foto: Thomaz Cabral de Menezes, presidente, e Thais Camargo, Diretora de Recursos Humanos da It’sSeg Company