Com a maior alta desde que o índice de inflação é medido, o preço dos serviços e produtos de saúde e cuidados pessoais saltaram de 9,23% em 2015 para 11,04% em 2016, número muito acima dos 8,86% alcançado pela educação e 8,62% dos alimentos e bebidas.
Com reajuste de 13,55%, o mais alto desde 1997, os planos de saúde, somados a alta dos medicamentos, 12,15% mais caros, aumento que não era registrado desde 2000, influenciaram diretamente no Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que chegou a 6,29% segundo dados divulgados nos últimos dias pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas a alta não é novidade, os números reafirmam a tendência já percebida em 2015, quando os mesmo serviços e produtos já figuravam entre os que mais pressionaram a inflação.
Como fatores determinantes para a elevação dos preços, estão o aumento maior do que o concedido pelo governo no ano anterior e o maior reajuste sobre o preço dos remédios. E dessa vez não foram só os aposentados, grupo que mais consome esses itens, que sofreram com a alta. Com a crise econômica, todos são atingidos. De acordo com a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), os custos médico-hospitalares, atingiu o valor recorde de R$ 131,4 bilhões, um custo assistencial per capita de R$ 2.711, que representa um aumento de 14,8%. Porém, sem a correção dos valões, se torna impossível dar continuidade ao atendimento prestado pelas operadoras, que sofrem pressões constates por conta na inclusão de novas tecnologias, mudanças no Rol de procedimentos, envelhecimento da população, judicialização crescente, além do aumento das doenças crônicas.
Para 2017, segundo projeções divulgadas pelo governo, espera-se que a inflação encerre o ano dentro dos 4,5%.