Provavelmente você já ouviu falar sobre o burnout, um tipo de esgotamento físico e mental provocado pelo excesso de trabalho. O termo ganhou destaque de uns tempos pra cá, principalmente em decorrência da pandemia.
Muito se fala sobre as causas e sintomas do burnout, mas o processo de recuperação ainda é pouco difundido. A psicóloga da It’sSeg, Patrícia Weisman, explica:
“Esse esgotamento não é algo que surge de uma hora pra outra. É um acúmulo de situações que vão desestabilizando a pessoa até que ela chegue ao burnout. Por isso, o tratamento também não vai ser do dia para noite”.
Comportamento de um profissional com burnout
Os profissionais que sofrem com esgotamento têm um comportamento complexo: conforme se sentem mais exaustos, tendem a trabalhar mais e cada vez com menos eficiência – é o que explica Susan David, médica e professora na Harvard Medical School, em entrevista ao Valor Econômico.
Isso se deve ao fato de que geralmente os profissionais têm dificuldades em reconhecer seus limites. Além disso, o medo de sofrer represálias por um baixo desempenho no trabalho também está associado ao burnout.
Indícios do esgotamento
Existe um ciclo antes do indivíduo chegar de fato ao burnout. Geralmente começa com um dia estressante no trabalho, prazos apertados, dificuldades financeiras e problemas pessoais.
Segundo Patricia Weisman, a falta de cuidados com a saúde também colabora para o esgotamento:
“Muitas pessoas associam o burnout com fatores externos — excesso de preocupação, muitas tarefas para dar conta, entre outras coisas. Mas o fato de você ser sedentário pode te deixar mais ansioso, estressado e com dificuldade de manter o foco. É importante sabermos equilibrar esses pontos para que a gente não se sinta fadigado”.
Como funciona o tratamento do burnout?
“Em primeiro lugar, a melhor maneira de lidar com o burnout é evitá-lo”, comenta Patrícia. A psicóloga explica que neste processo de prevenção, reconhecer que você está entrando em um ciclo vicioso de estresse e falta de cuidados com a saúde é fundamental.
“Muitas pessoas têm essa dificuldade de se humanizar. Olhar pra si mesmo e entender que aquela rotina está te levando ao estresse constante. Ou então normalizar essa rotina e achar completamente normal todos os dias serem estressantes”.
Reencontre o que antes te fazia bem
Para o diagnóstico e recuperação, é necessário o acompanhamento de um profissional da saúde. Para Susan David este processo também exige reencontrar seus valores pessoais:
“Diversas pessoas descreveram o período [de burnout] como muito sombrio. Mas mesmo nessa dificuldade, elas conseguiram se reconectar com partes de si que haviam perdido com o estresse do dia a dia. Elas se reconectaram com a natureza, fazendo exercícios ou apenas por estarem rodeadas de crianças”.
Sendo assim, só conseguimos superar o esgotamento físico e mental quando de fato o aceitamos. É preciso se reconectar com algo que anteriormente lhe trazia alegria, seja música, espontaneidade, ou montar uma barraca na sala com seu filho e fazer um piquenique.
Lembre-se: Contar com a ajuda de profissionais médicos, terapeutas, familiares, também fazem parte do tratamento do problema.
Leia a entrevista completa de Susan David para o Valor Econômico.
