A tecnologia tem contribuído de forma decisiva para o aumento da produção agropecuária brasileira. Boa parte deste avanço está relacionado às agtechs, startups que buscam desenvolver soluções inovadoras para o agronegócio.
De acordo com o levantamento do Distrito Agtech Report, nos cinco primeiros meses de 2022, as empresas deste setor levantaram R$ 54,7 milhões em 10 rodadas de investimento. O valor corresponde a mais da metade da quantia captada em 2021, na qual arrecadaram R$ 109,2 milhões em 34 acordos.
Embora os números sejam altos, as agtechs precisam lidar com um cenário financeiro apertado em um mercado altamente competitivo.
O cenário atual das Agtechs
Por serem empresas menores, boa parte das agtechs ainda dependem de investimentos externos para manter o fluxo de caixa. Ou seja, um ataque cibernético, um processo trabalhista ou um incêndio nas dependências da organização podem comprometer todo o patrimônio.
Pensando nisso, ao longo deste artigo vamos ver os principais desafios das startups agrícolas e como mitigar os riscos de suas principais atividades.
Exposição de riscos das Agtechs
No Brasil, cerca de 35,2% das startups agrícolas tem como base a agricultura de precisão. O relatório do Distrito Agtech aponta também que entre os principais serviços estão a análise de dados por meio de ferramentas Big Data e o desenvolvimento de softwares. Sendo assim, o principal risco está relacionado à tecnologia.
“Geralmente as pequenas empresas têm um profissional que cuida da parte cibernética de toda a organização. Mas ficam restritas à ações básicas de proteção e acabam não criando um plano caso sofram um ataque”, comenta a superintendente de ramos elementares na It’sSeg, Ana Tsukimoto.
Portanto, um dos principais passos para a prevenção de riscos cibernéticos é saber identificá-los. Além disso, outros desafios podem aparecer pelo caminho.
- Entender a realidade agropecuária: Para propor soluções eficazes, a startup precisa conhecer o dia a dia no campo, algo que não se faz à distância. Por isso, é fundamental ter profissionais que acompanhem a rotina agropecuária a fim de desenvolver propostas que atendam exatamente aos seus clientes.
- Captação de recursos: Um dos principais obstáculos no ramo das agtechs está relacionado aos investimentos externos. Você precisará convencer o investidor de que o seu projeto vale o risco. Neste sentido, é importante que você conte com um apoio financeiro em caso de imprevistos.
- Boas parcerias: Ao longo de sua jornada, construa relacionamentos que possam ajudá-lo a chegar mais longe.
Oportunidades no ramo das startups agrícolas
Nem só de desafios vivem as agtechs. As oportunidades para as empresas deste setor também são muitas, porém é preciso estar preparado para aproveitá-las.
- Soluções para comercialização, como as plataformas de marketplace que encurtam distâncias entre produtor e consumidor, eliminando intermediários.
- Análise de dados, que pode estar presente nos mais diversos aspectos da produção, especialmente na agricultura de precisão.
- Alimentos de laboratório, uma novidade que tem interessado ao mercado por dois motivos: redução do impacto ambiental e participação do público vegano.