Big Data é essencial para o setor de seguros, afirma superintendente da Susep

08 de julho de 2025

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Durante a palestra de abertura do Insurtech Brasil 2025, o superintendente da SUSEP, Alessandro Octaviani, reforçou a urgência de modernizar a supervisão do setor com ferramentas baseadas em dados. Com a frase “É fundamental o mercado de seguros olhar pro Big Data”, ele estabeleceu o tom da transformação regulatória que a autarquia pretende liderar até 2026.

O painel Overview Regulatório: Perspectivas para o Mercado de Seguros destacou o papel do Big Data na regulação inteligente, como elemento central para proteger reservas técnicas, antecipar crises e ampliar a confiança no setor.

“É fundamental que o mercado de seguros olhe para o Big Data e atue com coberturas no modelo Just in Time” disse Alessandro Octaviani, superintendente da SUSEP

A declaração, repetida duas vezes de forma enfática, sintetiza a visão da SUSEP para o futuro: uma autarquia conectada a grandes volumes de dados, capaz de realizar supervisão preditiva, responsiva e baseada em evidências.

Big Data como motor de confiança e estabilidade

A fala do superintendente aponta para uma mudança de paradigma: sair da supervisão reativa e caminhar para um modelo orientado por dados massivos. Com isso, será possível:

  • Identificar riscos sistêmicos em tempo real;
  • Monitorar a qualidade das reservas técnicas com mais precisão;
  • Gerar transparência e confiança para o consumidor final;
  • Permitir que a reputação financeira do segurado seja usada como ativo, como ele mesmo defendeu:

“Todos aqueles que têm um histórico de credibilidade deveriam poder usar esse passado como argumento para obter melhores condições junto ao mercado financeiro.”

“Se der um problema reputacional no nosso mercado, não tem empresa que resista. Precisamos de uma SUSEP capaz de incorporar as melhores tecnologias do Big Data para garantir a qualidade da gestão das reservas técnicas”

Alessandro Octaviani

Superintendente, Susep

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Conexão com tendências globais

A fala de Octaviani se alinha ao movimento internacional de RegTech (Regulatory Technology), no qual órgãos reguladores adotam infraestrutura de dados para:

  • Automatizar análises de risco;
  • Supervisionar solvência de forma dinâmica;
  • Aumentar a interoperabilidade com plataformas como Open Finance e Open Insurance.

Com a ênfase no uso do Big Data, a SUSEP sinaliza uma nova fase para a regulação do setor de seguros no Brasil. A expectativa é que, até 2026, o órgão avance na implementação de ferramentas analíticas e promova um modelo de supervisão mais responsivo, conectado aos dados e à inovação tecnológica.

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