As vacinas contra Covid-19 disponíveis, atualmente, no Brasil são administradas em esquema de duas doses para sua máxima eficácia: com intervalo de 28 dias para a CoronaVac/Instituto Butantan e 12 semanas (três meses) para o imunizante da AstraZeneca/Oxford.
Um levantamento do Ministério da Saúde concluiu, no entanto, que pelo menos 1,5 milhão de brasileiros não retornou para completar o esquema vacinal com a segunda dose. Esse atraso pode trazer efeitos negativos no controle da pandemia, tais como:
- a não obtenção da eficácia máxima da vacina, deixando a pessoa parcialmente imunizada, com risco de infecções graves e complicações relacionadas;
- sensação de falsa imunidade, com redução das medidas de prevenção;
- redução da eficácia da segunda dose, ao administrá-la com atraso;
- maior probabilidade de que uma variante do vírus possa surgir, escapar da resposta imunológica e se espalhar rapidamente;
- necessidade de reiniciar o esquema vacinal, aumentando o número de doses necessárias para atender ao programa de imunização.
Frente ao atual cenário de aumento do número de casos da doença no país, e também de escassez de vacinas, é fundamental que se esteja atento à data recomendada para tomar a segunda dose.
Por que a segunda dose da vacina é importante?
A vacina contra o coronavírus é uma ferramenta essencial para controlar a pandemia. Além de reduzir sua chance de ficar doente pela metade, comparado com alguém que não se vacinou, ela diminui em praticamente cinco vezes o risco de desenvolver a doença grave.
Pessoas totalmente vacinadas também têm menos chances de ter infecção assintomática e, potencialmente, menos probabilidade de transmitir a Sars-CoV-2 a outras pessoas.
Ambas as vacinas disponíveis no Brasil oferecem proteção acima do limite mínimo de 50%, definido como um dos critérios para a autorização de uso de emergência. Mas a eficácia dessas vacinas foi testada em um regime de duas doses.
A primeira dose da vacina serve, à princípio, para apresentar o vírus ao sistema imunológico. Nessa fase, a resposta do organismo ainda é baixa. A segunda dose ajuda a reforçar a imunidade e mantê-la por mais tempo.
Portanto, se alguém tomar apenas a primeira dose e se esquecer da segunda, não estará devidamente protegido.
O que fazer se esquecer a segunda dose?
Mesmo com atraso, é importante completar a imunização. Ou seja, se você tomou a primeira dose da vacina contra o coronavírus, deve receber a segunda, ainda que o prazo ultrapasse a previsão inicial. As duas doses devem ser do mesmo fabricante.
Vale lembrar que a vacinação não deve ser realizada em conjunto com outros imunizantes, como a vacina da gripe. É preciso respeitar um intervalo de 14 dias entre uma vacina e outra.
Infecções respiratórias leves, como sinusite e resfriado, ou mesmo histórico de Covid-19 não contraindicam a vacinação.
Caso você tenha recebido o diagnóstico de infecção pelo coronavírus após tomar a primeira dose da vacina, aguarde pelo menos 28 dias após o início dos sintomas (ou da realização do exame diagnóstico) para completar a segunda aplicação.
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