Cronoworking: como o RH pode transformar o ritmo biológico em estratégia de gestão

05 de novembro de 2025

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Imagine uma equipe que entrega mais, com menos estresse e mais engajamento apenas por ajustar os horários de trabalho ao ritmo natural de cada pessoa. Essa é a proposta do cronoworking (ou chronoworking), um modelo que vem ganhando espaço nas discussões sobre o futuro do trabalho. 

O que é cronoworking 

Em vez de impor um horário fixo para todos, o cronoworking permite que o colaborador organize suas atividades de acordo com seus momentos naturais de foco e energia. 

O conceito se baseia nos cronótipos: padrões biológicos que determinam quando o corpo está mais propenso à concentração, criatividade ou descanso. 

Na prática, é o trabalho que se adapta ao organismo, não o contrário. 

Por que o tema interessa ao RH 

A adoção desse modelo pode se tornar um diferencial para empresas que buscam atrair e reter talentos, reduzir o absenteísmo e promover saúde mental no ambiente corporativo. 

Além disso, o cronoworking está alinhado a outras transformações já em curso, como o trabalho híbrido e gestão por resultadose os programas de employee experience

“Trabalhar no seu melhor horário é um gesto de autonomia – e autonomia é uma das principais fontes de engajamento”, destaca uma análise da UNLEASH World. 

Benefícios observados nas empresas que testam o modelo 

Produtividade real: estudos publicados pela Harvard Business Review mostram que colaboradores que alinham suas tarefas aos períodos de maior energia e foco podem ter até 20% de ganho em desempenho cognitivo e redução significativa de erros. 

Mais bem-estar e menos burnout: de acordo com a American Psychological Association (APA), trabalhar contra o próprio ritmo biológico aumenta o risco de estresse e esgotamento. O cronoworking, ao respeitar os ciclos naturais, favorece o equilíbrio emocional e a recuperação mental. 

Maior retenção de talentos: a Gallup aponta que a autonomia e a flexibilidade estão entre os principais fatores que sustentam o engajamento e reduzem a rotatividade. O cronoworking se alinha diretamente a essa tendência, fortalecendo o vínculo entre colaborador e empresa. 

Cultura orientada a resultados: segundo pesquisa da WorldatWork, 87% dos profissionais demonstram interesse em experimentar modelos baseados em flexibilidade de horário. Ao priorizar entregas e não presença, as empresas criam ambientes de alta confiança e foco em performance sustentável. 

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O papel do RH na implementação 

A gestão de pessoas tem um papel essencial na transição para esse modelo. Alguns caminhos possíveis: 

  • Mapear os cronótipos dos colaboradores (por meio de questionários ou ferramentas digitais). 
  • Redefinir indicadores para valorizar entregas e não presença. 
  • Promover acordos flexíveis entre equipes com diferentes ritmos. 
  • Treinar lideranças para gerir pela confiança e autonomia. 

O desafio, claro, está em equilibrar flexibilidade individual com as necessidades coletivas de sincronização, especialmente em áreas que exigem atendimento contínuo. 

Tendência ou transformação? 

Embora ainda em fase de teste, o cronoworking já sinaliza uma mudança de paradigma. Para a gestão de pessoas, ele representa uma oportunidade de evoluir da lógica do controle para a da confiança, autonomia e performance sustentável. 

Não é só ajustar o relógio, trata-se de redefinir o tempo como aliado da produtividade e do bem-estar. 

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