O que os dados da ANS no 3º tri de 2025 revelam para os custos de saúde das empresas 

18 de dezembro de 2025

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou os dados econômico-financeiros do setor referentes ao 3º trimestre de 2025.  

Os números indicam melhora consistente nos resultados das operadoras, com crescimento de receitas, lucro líquido em patamar recorde e redução da sinistralidade – sinais relevantes para empresas que buscam previsibilidade, sustentabilidade e melhor governança dos custos em saúde. 

Crescimento de receitas e lucro em patamar histórico 

Entre janeiro e setembro de 2025, o setor de saúde suplementar registrou receitas de R$ 287,3 bilhões, com lucro líquido acumulado de R$ 17,9 bilhões, o equivalente a 6,2% da receita total do período. Na prática, isso significa que, para cada R$ 100,00 arrecadados, o setor obteve cerca de R$ 6,20 de lucro. 

O resultado representa o maior lucro nominal desde 2018, superando inclusive o desempenho observado durante a pandemia de COVID-19, período marcado por forte impacto financeiro no sistema. 

Redução da sinistralidade sinaliza maior equilíbrio operacional

sinistralidade, principal indicador do desempenho operacional das operadoras médico-hospitalares, ficou em 81,9% entre janeiro e setembro de 20252,4 pontos percentuais abaixo do mesmo período do ano anterior. Trata-se do menor índice registrado desde 2021. 

Essa redução reflete, principalmente, a recomposição das mensalidades em ritmo superior ao crescimento das despesas assistenciais, movimento observado de forma contínua desde 2023. O dado indica um setor operando com maior equilíbrio entre receitas e custos, ainda que sob pressão estrutural. 

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Resultado concentrado, mas com melhora disseminada 

Embora as três maiores operadoras concentrem 41% do lucro agregado informado à ANS, evidenciando o peso das empresas de grande porte no resultado do setor, os dados também apontam uma melhora mais ampla do desempenho. 

Ao todo, 75% dos entes regulados (590 operadoras) encerraram o período com resultado líquido positivo, um aumento de 8,37 pontos percentuais em relação ao ano anterior. O avanço indica que a recuperação não se limita a poucos players, mas alcança uma parcela maior do mercado. 

Desempenho das operadoras médico-hospitalares 

As operadoras médico-hospitalares, principal segmento do setor, registraram lucro líquido de R$ 17,2 bilhões no período. O resultado foi impulsionado tanto pelo crescimento do resultado operacional quanto pela contribuição do resultado financeiro. 

O resultado operacional agregado atingiu R$ 8,3 bilhões, com desempenho mais expressivo entre: 

  • seguradoras especializadas em saúde; 
  • medicinas de grupo de médio e grande porte; 
  • cooperativas médicas de grande porte. 

As autogestões, por outro lado, foram a única modalidade a apresentar prejuízo operacional, com resultado negativo de R$ 1,22 bilhão, 22,3% superior ao registrado no ano anterior. 

Resultado financeiro ganha relevância em cenário de juros elevados 

Com taxas de juros ainda elevadas, o resultado financeiro teve papel relevante no desempenho do setor. As aplicações financeiras das operadoras médico-hospitalares somaram R$ 134,9 bilhões ao final de setembro de 2025, gerando um resultado financeiro de R$ 11 bilhões no período. 

O dado reforça como fatores macroeconômicos também influenciam a sustentabilidade financeira das operadoras, além da gestão assistencial propriamente dita. 

Diferenças por porte de operadora 

A análise por porte mostra que todas as faixas registraram aumento no resultado líquido, com destaque para as operadoras de grande porte, que alcançaram R$ 13,9 bilhões de lucro líquido. 

sinistralidade por porte manteve o padrão observado no consolidado do setor: 81,9% no período, 2,4 pontos percentuais abaixo do ano anterior, reforçando a tendência de maior equilíbrio operacional. 

O que esses dados indicam para as empresas 

Para o público corporativo, os números divulgados pela ANS trazem sinais importantes: 

  • Maior robustez financeira das operadoras, o que tende a influenciar estratégias de precificação e negociação. 
  • Ambiente mais técnico para reajustes, com operadoras sustentadas por dados e indicadores de desempenho. 
  • Valorização de contratos bem estruturados, com governança, acompanhamento de sinistralidade e gestão ativa da saúde. 
  • Importância crescente da previsibilidade, especialmente para o planejamento orçamentário de benefícios e saúde em 2026. 

Os dados do 3º trimestre de 2025 reforçam que o setor de saúde suplementar passa por um processo de reorganização estrutural, no qual equilíbrio econômico, escala e gestão eficiente tornam-se cada vez mais determinantes. 

Para as empresas, acompanhar esses indicadores é uma prática essencial para tomadas de decisão mais informadas, sustentáveis e alinhadas à estratégia de longo prazo. 

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