A maioria das pessoas vai direto para o hospital ou para o consultório do primeiro médico com agenda disponível na rede do plano de saúde. Se for um especialista, melhor ainda. Mas essa não é a melhor forma de cuidar da saúde.
Cada novo profissional que você consulta precisa recuperar todo o seu histórico de saúde para entender você e resolver seu problema da melhor forma. Fazer isso bem feito toma tempo do médico e demanda exames adicionais – muitos deles de alto custo – que poderiam ser evitados se esse fosse seu médico de confiança.
Mas o que isso tem a ver comigo?
Já falamos aqui que a saúde suplementar é uma complexa cadeia de valor em que cada um dos elos impacta no outro. E você, enquanto cliente dos planos de saúde, também faz parte dessa cadeia.
Ligados a você estão operadoras, corretoras, fornecedores e todos os outros atores desse mercado que sofre o impacto da inflação médica – 17% em 2019 -, judicialização crescente, incorporação de novas tecnologias, sistema de pagamento fee for service (por procedimento, não performance), entre outros fatores que elevam os custos médicos. Se a maioria dos beneficiários tivesse um médico de confiança, que conhecesse seu histórico e que valorizasse a anamnese, haveria um impacto significativo dos custos de saúde e, consequentemente, no valor do plano.
Para se ter uma dimensão do custo que poderia ser evitado, estima-se que até 40% de todos os gastos em saúde sejam desperdiçados por ineficiência do sistema, segundo o relatório “O Financiamento da Cobertura Universal”, da OMS. Um exemplo é o excesso de exames. Hoje, o brasileiro faz mais ressonâncias e tomografias, procedimentos de alto custo, do que cidadãos de países desenvolvidos.
Há vários desafios do mercado de saúde suplementar no Brasil. Mas todos entendem que, atualmente, o maior deles é mudar o comportamento do brasileiro em relação ao cuidado de si.