O desafio de mudar a saúde de uma cidade

28 de setembro de 2017

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de Jaguariúna, uma cidade no interior de São Paulo, com mais de 53 mil habitantes, o educador físico Marcio Atalla, em parceria com a prefeitura da cidade, criou o projeto “Vida de Saúde”. O primeiro registro científico da mudança de comportamento e hábitos feito em massa.

Por meio de ações de promoção de saúde, conscientização, atividades físicas em espaços públicos e oficinas de nutrição, 34,9% da população da cidade mudou seus hábitos, quase seis vezes o mínimo definido para uma intervenção de sucesso – 6% segundo pesquisas anteriores.

Quando o projeto começou, 58% dos habitantes estavam acima do peso e 78% eram sedentários. Depois de nove meses esses índices passaram para 56,5% e 63%, respectivamente.

A prática de atividade física entre os moradores aumentou 19%. Entre as mudanças alimentares, o consumo de frutas, verduras e legumes cresceu 12%. A redução de doces foi de 10%, 6% a menos no consumo de carnes e 27% de refrigerantes.

Por que deu certo?

Metodologia simples: incentivar a mudança de pequenos hábitos, possíveis de serem incorporados no dia a dia das pessoas sem alterar a rotina de forma brusca. Mas que, no longo prazo, impactam positivamente a saúde física e mental. Inclusive, dessa forma, é mais fácil manter esses novos hábitos.

Diagnóstico: as ações foram planejadas a partir do desenho do perfil de risco da população. Foi utilizado o cartão cidadão como fonte de informação.

Formação de um comitê de qualidade de vida: envolvimento de profissionais de saúde, lideranças da cidade, universidades e empresas patrocinadoras para desenhar um projeto que trouxesse resultados efetivos dentro do prazo estabelecido. A cidade abraçou o projeto.

Ações bem estruturadas: sem intervalos entre as atividades. Isso fez com que as mudanças fossem melhor incorporadas na rotina, criaram um ritmo. E isso fez com que os resultados fossem percebidos mais rapidamente.

Motivação: para os 34,9% da população que foi impactada, esse era o momento certo, e a motivação externa, incentivada pelo projeto, foi um gatilho para reforçar a vontade pessoal.

Atualmente, o sedentarismo e suas doenças decorrentes representam um grande impacto no nosso sistema de saúde. A experiência de Jaguariúna nos mostra que é possível promover a mudança de comportamento, fazendo com que as pessoas passem a se cuidar. Sim, um programa de promoção de saúde com informação, estímulo e uma agenda contínua de atividades é capaz de impactar tanta gente em tão pouco tempo. Isto é uma ótima notícia.

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