Se você já leu um contrato de plano de saúde, provavelmente, viu a sigla VCMH. Esse acrônimo, que significa Variação do Custo Médico Hospitalar, é uma das principais medidas utilizadas para calcular o reajuste anual dos planos e seguros de saúde.
Também conhecida como inflação médica, a VCMH não tem não como base apenas a variação de preços. Como o próprio nome indica, o cálculo considera, também, todo o custo da assistência médica disponibilizada para os beneficiários – e isso inclui a frequência com que um serviço é utilizado.
Por isso, tanto no Brasil quanto nos demais países que usam indicadores semelhantes, esse índice é sempre superior à inflação geral. O que muitos não sabem, no entanto, é que conhecer a variação de custos da própria empresa com o plano de saúde, é uma poderosa arma de negociação e gerenciamento de benefícios. Como? Continue a leitura!
O que é VCMH?
A Variação dos Custos Médico-Hospitalares tem por objetivo medir a variação das despesas, entre um ano e outro, das operadoras de planos e seguros de saúde com internações, consultas, terapias e exames. Esse índice é um dos fatores de reajuste obrigatórios em contratos de saúde suplementar.
Entretanto, diferentemente do IPCA e do IPCA Saúde, além da variação de preços, a VCMH considera a frequência com que um serviço é utilizado. Por essa razão, os serviços mais utilizados pelos beneficiários são os que tendem a sofrer mais com o aumento de preços.
O que isso significa? Para uma empresa, por exemplo, que tem um contrato para atendimento de mil vidas, mas a maior parte dos beneficiários utiliza apenas serviços ambulatoriais, o reajuste anual poderá ser bem menor em relação a outra companhia, com o mesmo número de vidas, em que a maioria precisou passar por internações ou procedimentos complexos.
Fique de olho na VCMH da empresa
Sabendo que a demanda, bem como a complexidade dos procedimentos, é o que mais impacta no aumento dos preços, o RH tem a oportunidade de antecipar a variação dos custos médico-hospitalares e renegociar o próximo reajuste do plano. Como?
Imagine uma empresa que, durante todo o ano, fez uma boa gestão de benefícios e, dessa forma, conseguiu reduzir as frequências de consultas, idas ao pronto-socorro, realização de exames e internações médicas. Com isso, podemos dizer que ela atuou na variável mais importante da VCMH, a demanda, diluindo seus próprios riscos. Sendo assim, é justo que a renegociação do contrato seja avaliada a partir dos resultados da companhia, e não pelo índice da operadora.
Vale a pena lembrar que, o uso indiscriminado do plano de saúde é um dos problemas que afetam o aumento dos custos. A realização excessiva de exames e consultas, no Brasil, resulta em desperdícios alarmantes no setor. E para alcançar resultados efetivos, é preciso concentrar esforços para gerenciar as variáveis que mais influenciam o reajuste dos planos.
Isto posto, uma empresa que conhece sua VCMH tem condições de argumentar diante de uma proposta de revisão do contrato. Dessa forma, a negociação fica equilibrada e não unilateral, com apenas a operadora dando as cartas.