Por que temos que nos preocupar com o envelhecimento?

24 de maio de 2017

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Em 2030 as mulheres que nascerem na Coréia do Sul serão as pessoas que mais viverão no mundo, chegando aos 90,8 anos. É o que aponta o estudo da Imperial College London em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que analisou a expectativa de vida de 35 países. No geral, todos viverão mais e a distância entre a expectativa de vida de homens e mulheres será cada vez menor. Mas por que isso deve ser motivo de preocupação?

Mudança demográfica, mudança de demanda

O aumento da expectativa de vida atinge o sistema de saúde em cheio. Os idosos são majoritariamente afetados por doenças crônicas, que exigem acompanhamento médico e tratamento contínuo. Quando essas patologias já estão instaladas, o gerenciamento da saúde dessa população demanda mais recursos e, consequentemente, gera mais custos, é o que destaca a médica, especialista em Medicina do Trabalho pela ANAMT, que atua na área de Gestão de Saúde da It’sSeg Seguros Inteligentes, Keilá Mendonça. O diabetes, colesterol alto e hipertensão são as doenças mais comuns geradas por maus hábitos de saúde, que no longo prazo se tornam o estopim para problemas cardiovasculares e cânceres, e que hoje já são responsáveis por 74% das causas de morte no Brasil.

Essa mudança de perfil populacional já é sentida pelo mercado – enquanto o número de clientes dos planos médico-hospitalares reduz desde os primeiros sinais da atual crise político-econômica, a quantidade de beneficiários idosos cresce continuamente. De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em 2016 clientes acima dos 59 anos aumentaram em 1,6% (+104,2 mil vidas), principalmente na modalidade individual, que cresceu 1,4% no último ano, um total de 39,9 mil vidas, por outro lado o mercado suplementar, de forma geral, caiu 2,8% (- 1,4 milhão de vidas).

“O envelhecimento tem particularidades que vão desde o aspecto anatômico e fisiológico, até questões sociais, psicológicas e educacionais. Enquanto fornecedores do ramo de saúde, temos de nos adaptar tanto à criação de produtos quanto de políticas direcionadas a este público. Por isso, é importante estar atento à população idosa atual e aos trabalhadores que estão hoje no mercado e constituirão a próxima geração de idosos. ”, diz a especialista.

Percebendo esse novo cenário, as operadoras de saúde estão se preparando cada vez mais para oferecer serviços adequados às necessidades da terceira idade e absorver essa nova demanda. Entretanto, mais do que um produto específico, é preciso mudar as diretrizes de prevenção e tratamento.

Cuidado primário

O atendimento aos idosos deve ser focado na melhor relação custo-efetividade possível. Hoje, o avanço das doenças crônicas combinado ao desperdício de recursos médicos, causam grande impacto nos custos de saúde não só no Brasil, mas em todo o mundo.

A atenção primária e o acompanhamento contínuo do paciente podem ser a solução para controlar os gastos e incrementar os resultados clínicos por meio de um modelo de cuidado assistencial voltado especificamente à terceira idade, capaz de aumentar a qualidade do serviço prestado e reduzir o desperdício de recursos, priorizando prevenção, diagnóstico precoce, redução do número de procedimentos, evitando o uso excessivo de tecnologia, do pronto-socorro e da reinternação quando não for realmente necessário.

Você é o maior responsável pela sua saúde hoje e no futuro

Cerca de 50% dos fatores que determinam a nossa qualidade de vida estão relacionados ao estilo de vida, 20% ao ambiente e apenas 30% à genética e ao acesso ao sistema de saúde. Ou seja, cada um de nós tem grande influência sobre o futuro da própria saúde.

Keilá Mendonça destaca que o processo de envelhecimento se inicia no momento em que nascemos. A consciência da realidade do envelhecimento pode ser o primeiro passo para mudanças que podem oferecer um imenso ganho à saúde. Manter uma rotina de alimentação saudável, praticar atividades físicas de forma regular e tentar gerenciar as situações estressantes da melhor forma possível não é um capricho, mas sim prioridade. Atitudes simples como essas, quando se tornam hábitos, só aumentam as chances de um envelhecimento saudável.

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