Dinheiro pode não trazer felicidade, mas com certeza ajuda a garantir sua estabilidade e também a realização de alguns sonhos. Ao mesmo tempo, ele tira o sono de muita gente: 63,2 milhões de pessoas no Brasil têm dívidas atrasadas, segundo dados do Serasa Experian. Essa parcela de endividados é maior do que toda a população da Itália.
Pagar as contas do mês é a maior preocupação financeira do brasileiro. Logo, essa pauta deixou de ser discutida apenas no âmbito pessoal e passou a fazer parte também da agenda corporativa. Isso porque, pesquisas comprovaram que viver no limite do orçamento atinge todos os aspectos da vida, incluindo o profissional.
Um estudo realizado no Reino Unido, com mais de 10 mil trabalhadores, revelou que os funcionários endividados ou que têm preocupações com dinheiro produzem, em média, 15% a menos que seus colegas.
Impacto da preocupação financeira na saúde mental
Para avaliar o impacto na saúde mental e na produtividade, o estudo comparou aqueles que têm preocupações financeiras com aqueles que não tem. Os funcionários endividados são 8,8 vezes mais propensos a terem insônia e, por isso, têm 7,6 vezes mais chances de não concluírem tarefas diárias. Eles também estão 5,7 vezes mais inclinados a relacionamentos problemáticos no trabalho.
A preocupação com as contas em aberto é maior entre as pessoas com até 44 anos. Esses funcionários têm seis vezes mais chances de verem a qualidade de seu trabalho cair, são cinco vezes mais propensos a serem deprimidos e estão quatro vezes mais suscetíveis a ataques de pânico.
Mas engana-se quem pensa que mal-estar financeiro está diretamente relacionado à renda. Um dos grupos mais preocupados é formado pelas pessoas que ganham mais. Ou seja, a causa do estresse financeiro não é necessariamente a quantidade, mas o que é feito com o dinheiro.
Educação financeira nas empresas
Muitas empresas começaram a implementar programas internos de educação financeira. Quando bem aplicada, essa medida pode aumentar a produtividade, reduzir o absenteísmo e reter talentos.
Segundo o relatório Tendências Globais de Capital Humano de 2018, 43% das empresas enxergaram benefícios na implementação dessa estratégia e concluíram que um programa de bem-estar financeiro contribui para a melhoria dos colaboradores como um todo.
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