A OMS (Organização Mundial da Saúde) calcula que, a cada dia, há mais de 1 milhão de novos casos de infecções sexualmente transmissíveis (IST) no mundo. Os principais comportamentos de risco tornam o assunto delicado e, muitas vezes, difícil de abordar no ambiente de trabalho.
Contudo, o número representa um alerta. As IST têm um impacto profundo na saúde. Sem tratamento, podem levar a efeitos graves e crônicos, como doenças neurológicas e cardiovasculares, infertilidade e complicações na gravidez. Essas infecções também estão associadas a níveis significativos de estigma e violência doméstica.
Um panorama das IST
Estima-se que uma a cada 25 pessoas, no mundo, tem pelo menos uma IST. Elas se espalham predominantemente por contato sexual sem proteção. Algumas – incluindo clamídia, gonorreia e sífilis – também são transmitidas durante a gravidez e o parto; ou, no caso da sífilis, por transfusão de sangue e uso de drogas injetáveis.
Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. E a maior concentração de casos de Aids está entre os adultos de 25 a 39 anos. Ações como a testagem para a doença e o início imediato do tratamento, em caso de diagnóstico positivo, são fundamentais para a redução do número de novos casos e óbitos.
Em 2019, foram notificados 152,9 mil casos de sífilis em todo o país, sendo 61.127 em gestantes. A maior parte das notificações ocorreu em pessoas entre 20 e 29 anos. Entre as hepatites virais, as infecções provocadas pelos tipos B e C frequentemente se tornam crônicas. No entanto, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas não sabem que estão doentes. Assim, a doença evolui por décadas, podendo acarretar o desenvolvimento de infecção aguda, câncer hepático ou cirrose.
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Maneiras de incentivar a prevenção das IST no trabalho
Falar sobre infecções sexualmente transmissíveis nem sempre é fácil. Talvez por isso, esse assunto ainda seja tratado apenas durante a SIPAT nas empresas. Entretanto, é preciso um esforço conjunto para garantir que todos tenham ferramentas para tomar decisões mais seguras em relação à saúde.
O primeiro passo é combater a discriminação e a falta de informação. Enquanto o estigma permanece, aumenta a disseminação dessas doenças. Promover conversas com especialistas da saúde, até mesmo com pessoas que estão dispostas a compartilhar suas histórias, são maneiras de criar um ambiente confortável para as pessoas tirarem dúvidas. Jogos de Verdade ou Mentira e quizzes, por exemplo, são formas lúdicas de tratar o assunto e estimular o engajamento das equipes.
Também é importante ser enfático ao citar os modos de contágio, afinal, as IST não são transmitidas unicamente por relação sexual desprotegida. O uso de álcool e drogas não só pode levar a comportamentos de risco como, no caso de drogas injetáveis, o compartilhamento de agulhas pode desencadear a transmissão.
As empresas devem incentivar a realização de exames preventivos para o diagnóstico precoce de doenças como HIV, sífilis, hepatite e HPV, além do checkup anual e uso de preservativo. É fundamental, também, que as pessoas com IST recebam suporte dos seus gestores, evitando complicações que podem afetar ainda mais a saúde do colaborador. E se possível, fomentar permanentemente hábitos saudáveis e o cuidado com a saúde, fazendo disso parte da cultura organizacional.