Atualmente, no cenário nacional, o investimento das empresas com o benefício de plano de saúde já é o segundo maior custo com pessoal. Ainda assim, 79% dos motivos de absenteísmo e afastamento no trabalho são por razões de saúde, segundo a Associação Paulista de Recursos Humanos e de Gestores de Pessoas (AAPSA).
Como a gestão integrada de saúde corporativa pode mudar esse cenário
Preocupadas com seus colaboradores, as organizações estão mudando sua visão de cuidado. A gestão da saúde passou a ser integral, interligando medicina ocupacional, assistencial, prevenção e programas de saúde e bem-estar para garantir mais eficiência nas suas ações e, consequentemente, redução de custos, uma vez que fortalece a atenção primária e, nos casos onde há riscos, age precocemente. Com isso, empresa e funcionário têm acesso a um benefício coerente com suas necessidades.
Para entender melhor essa estratégia, conversamos com o médico e superintendente de projetos em saúde da It’sSeg, Danilo Nakandakare, sobre os primeiros passos para executar uma gestão integrada.
Conheça o perfil da empresa
A integração da saúde começa antes da contratação do plano. Durante o processo de decisão é preciso analisar o momento da empresa para alinhar o benefício às expectativas. Segundo Danilo Nakandakare, promover ações que tragam resultados efetivos exige que o departamento responsável tenha consciência do serviço oferecido e do perfil de utilização dos beneficiários.
Conscientize os funcionários
Outro fator que contribui para o sucesso da gestão é a conscientização do uso responsável do plano de saúde. Nakandakare reforça que a má utilização traz uma série de consequências tanto para a empresa quanto para os funcionários, impactando diretamente nos custos, e pode levar ao downgrade do benefício. Por esta razão, os colaboradores devem ser informados constantemente, desde o início, sobre as regras contratuais e boas práticas.
Integre a medicina à promoção de saúde
Pensar no bem-estar dos colaboradores é fundamental para reduzir taxas de absenteísmo e afastamentos, além dos gastos com o plano. Para isso, Danilo diz que os exames ocupacionais periódicos possibilitam que o departamento médico, próprio ou terceirizado, avalie, identifique e monitore patologias, grupos de risco e comportamento da sinistralidade com o objetivo de planejar, junto à empresa, as ações preventivas e de intervenção.
“Aliada à medicina ocupacional, temos também a área assistencial, que viabiliza o cuidado e reabilitação do funcionário adoecido, criando fluxos para captar informações e direcionar os tipos de tratamento médico que serão realizados”, esclarece.
A Atenção Primária à Saúde (APS) também é um ponto determinante de atuação dos demais campos da saúde no trabalho. Esse modelo organiza, de forma simples e lógica, o uso dos recursos para a promoção, manutenção e melhoria da qualidade de vida. As empresas podem contar, ainda, com a expertise das próprias operadoras e seus programas de saúde para auxiliar no processo de otimização do benefício.
“Se a empresa, por exemplo, tem uma grande população em idade fértil que impacta no sinistro, com internações devido a partos prematuros, é possível instituir um programa de monitoramento de gestantes. Do mesmo modo, um quadro de funcionários com alta incidência de doenças crônicas pode ser encaminhado para um programa de gerenciamento”, finaliza.