O roubo de cargas continua sendo um dos maiores desafios para a logística no país. Dados da nstech mostram que os casos cresceram 24,8% em relação ao mesmo período de 2024. Além do aumento geral, o relatório aponta mudanças importantes na distribuição regional e no tipo de carga mais visada pelos criminosos.
Sudeste perde força relativa, mas segue na liderança em roubo de cargas
O Sudeste continua sendo a região mais afetada, mas sua participação caiu de 80,6% em 2024 para 62,4% em 2025.
- O estado de São Paulo, historicamente líder, registrou queda de participação: de cerca de 68,6% para 56,8%.
- O Rio de Janeiro, em contrapartida, ampliou sua fatia de 18,7% para 21,9%, chegando a responder por mais da metade dos prejuízos do mês de junho.
- Já Minas Gerais reduziu expressivamente sua participação: de 14,2% para 3,4%.
Outra mudança relevante foi no Paraná, que saltou de 0,6% em 2024 para 7,5% em 2025, mostrando que a criminalidade também avança no Sul.
Nordeste em alta
O Nordeste ganhou destaque: passou de cerca de 15,8% em 2024 para 21,3% em 2025 dos roubos de carga nacionais. O aumento do percentual indica que os criminosos têm diversificado rotas e regiões de atuação, aumentando o risco para empresas que operam fora do Sudeste.
O que os criminosos mais buscam
O perfil das cargas roubadas também mudou:
- Cargas fracionadas ainda lideram, mas caíram de quase 59% para 43,8% do total.
- Alimentos ganharam peso, subindo de 22,6% para 33,3% do volume de cargas roubadas.
- Eletrônicos cresceram levemente, de 9% para 10,8%.
Esse movimento mostra que, além de produtos de maior valor agregado, os criminosos estão mirando itens de consumo imediato e fácil revenda.
Dias e locais mais críticos
Segundo o relatório, a maior parte dos roubos ocorre à noite (54,2%) e nas sextas-feiras (32,8%). Houve crescimento também nas quintas e domingos, o que exige atenção redobrada das transportadoras nesses dias.
Entre as rodovias, a BR-101 se consolidou como o ponto mais crítico, concentrando 14,7% dos prejuízos (mais que o dobro do registrado em 2024). A BR-226 também subiu para 8%, especialmente em trechos no Tocantins e Maranhão.
Monitoramento ajuda a reduzir riscos
Apesar do aumento dos casos, o relatório mostra que as empresas que investiram em monitoramento obtiveram melhores resultados. O volume de cargas rastreadas cresceu 19,4% e ultrapassou R$ 1,1 trilhão no período. Entre os clientes monitorados, a taxa de sinistralidade caiu 32% na comparação com anos anteriores.
O comparativo entre 2024 e 2025 revela um cenário preocupante: os roubos de carga aumentaram e se espalharam pelo país, com maior peso para o Nordeste e crescimento de casos em estados do Sul. Ao mesmo tempo, a diversificação das cargas visadas mostra que o crime se adapta rapidamente às oportunidades.
Para as transportadoras e empresas de logística, os números reforçam a importância de estratégias de segurança integrada, incluindo rastreamento, roteirização inteligente e parcerias com autoridades locais. Sem isso, a tendência é que os prejuízos continuem em alta nos próximos semestres.