Pele queimada do sol, trabalho duro diário e mão calejadas. Essas são algumas das características que, no imaginário urbano, são atribuídas a quem vive no campo. E muitas podem encontrar respaldo na realidade.
Os agricultores precisam lidar, diariamente, com uma série de fatores que podem afetar sua saúde. Muitas vezes, devido à falta de orientação, nem ao menos há conhecimento sobre a existência destes riscos.
O trabalho é realizado em locais sem abrigo, sujeitos às intempéries e radiações; há exposição a variados produtos agrícolas tóxicos e poeiras; esforço físico intenso; além do risco de acidentes com ferramentas e animais silvestres.
Por essas razões, a saúde dos produtores rurais é um tema complexo, amplo e chama a atenção para a urgência do cuidado e da prevenção.
Principais riscos e efeitos à saúde do agricultor
A exposição à luz solar faz parte da realidade de diferentes profissões, mas, é no campo que ganha destaque. Segundo a médica dermatologista Paula Penna Peres, a incidência do câncer de pele é muito maior em pessoas que trabalham no campo.
As nuvens, vale lembrar, mesmo quando o sol está escondido em dias nublados, não são capazes de bloquear os raios UVA e UVB, principais responsáveis pelo aparecimento de manchas e envelhecimento precoce. Por isso, é fundamental que os trabalhadores rurais utilizem medidas de prevenção, como usar protetor solar, camiseta de manga longa e chapéu durante suas atividades.
As dores musculares também são evidentes em estudos que avaliam a saúde geral de agricultores. Os resultados mostram relatos significativos sobre dor persistente nas costas, no pescoço, nos joelhos, ombros, mãos e pés.
Outra ameaça presente, a exposição a substâncias tóxicas, na forma de gás ou poeira, é associada a irritação, lacrimejamento e coceira nos olhos.
Entretanto, os efeitos da inalação ou contato com produtos químicos utilizados na produção, no acompanhamento da lavoura, no depósito e beneficiamento de produtos agrícolas, são diversos. De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), entre os mais comuns estão:
- Irritação na pele, alergias;
- Irritação do nariz e da boca, tosse, dor no peito;
- Dores de estômago, náuseas, dor de cabeça, fraqueza;
- Problemas respiratórios, infertilidade, depressão, até câncer.
Prevenção para o trabalhador rural
Como diz aquele velho ditado: prevenir é melhor do que remediar. No último ano, devido a pandemia do coronavírus, o cuidado com a saúde ganhou destaque. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e os Ministério da Agricultura e da Saúde, inclusive, lançaram uma cartilha com recomendações de prevenção à covid-19 nas propriedades rurais.
Mas, precisamos lembrar que outras ameaças continuam presentes. Além de garantir a segurança do produtor rural, por meio do uso de equipamentos de proteção e ferramentas adequadas de trabalho, é importante estar consciente sobre a importância de manter consultas regulares com um médico de confiança, que poderá acompanhar sua saúde e promover práticas de vida saudável. Hoje, vale dizer, existem alternativas viáveis para produtores rurais e suas famílias que desejam ter um plano de saúde ou seguro.
Lembre-se: a saúde é o nosso bem mais valioso. Podemos dizer que é um insumo fundamental em qualquer atividade. Por isso, cuide-se!