Perspectivas e tendências com a ascensão do trabalho remoto

14 de abril de 2021

A pandemia acelerou a transformação digital e trouxe à tona práticas que antes eram vistas com desconfiança por muitas organizações, como o home office. A modalidade mostrou na prática que pode aumentar ou ao menos manter a produtividade dos colaboradores, que por sua vez também têm aprovado o modelo.

O crescimento do trabalho remoto tem influenciado as decisões das empresas e ditado tendências, como mostra o estudo “Demanda por Talentos no Cenário Atual”, lançado pela consultoria de recrutamento especializado Robert Half.

Para 95% dos executivos entrevistados o trabalho híbrido, definido como a combinação entre o presencial e o remoto, é visto como parte permanente do cenário de empregos. Os principais benefícios de equipes híbridas, segundo os C-Levels, incluem novas oportunidades de melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a redução de custos de escritório.

O estudo é um compilado de pesquisas realizadas entre novembro de 2020 e janeiro de 2021 com 1500 gestores de pequenas, médias e grandes empresas do Brasil, Alemanha, Bélgica, França, Holanda e Reino Unido.

A consolidação do “trabalhe de qualquer lugar”

Houve um crescimento significativo na quantidade de empresas oferecendo opções de trabalho remoto em comparação ao período anterior à Covid-19, mostra o levantamento.

Entre abril e dezembro de 2020, 80% das vagas trabalhadas pela Robert Half foram para posições 75% ou 100% remotas, enquanto em 2019 apenas 5% tinham essa característica. A tendência deve se manter ao menos pelos próximos seis meses.

Perspectivas de carreira em 2021

Entre os colaboradores, há expectativas salariais e um forte desejo pela manutenção do trabalho remoto. Quase metade dos entrevistados (57%) espera por um aumento na remuneração, ao mesmo tempo que a maioria (68%) deseja permanecer trabalhando de casa por um a três dias na semana.

Ao avaliar uma mudança de emprego, 1 em cada 2 profissionais afirma que só aceitaria uma proposta que não oferecesse a possibilidade de trabalhar remotamente (ao menos alguns dias da semana) se não houvesse outra opção.

Além disso, 49% dos trabalhadores acreditam que uma jornada “comprimida”, de quatro dias, seria ideal para aliviar o Burnout, enquanto 45% prefere o modelo flexível para amenizar o peso da jornada de trabalho.

O estudo da Robert Half identificou ainda cinco tendências de contratação com a ascensão do “trabalhe de qualquer lugar”. São elas:

  1. Quebra dos limites geográficos: À medida que as organizações adotam vagas de trabalho remoto como primeira opção, elas estão compreendendo o valor do recrutamento para além de suas cidades.
  2. Oferecer salários e benefícios competitivos segue determinante: Profissionais com as habilidades exigidas pelo mercado sabem das opções que têm. Os empregadores precisam compreender que é necessário oferecer salários e benefícios competitivos para reter e atrair os melhores talentos.
  3. Os investimentos estão mudando: As empresas estão canalizando mais investimento em tecnologias que apoiam o suporte ao trabalho remoto e à colaboração contínua, bem como programas e benefícios de saúde e bem-estar aos funcionários.
  4. Novas habilidades “híbridas” estão surgindo: Os empregadores estão exigindo cada vez mais que as competências técnicas sejam acompanhadas de habilidades comportamentais, abrindo espaço ao que vem sendo chamado de “habilidades híbridas”, com muitas delas sendo sustentadas pelo uso de novas tecnologias.
  5. Processos efetivos de onboarding e offboarding são essenciais: Enquanto onboardings virtuais já substituíram o processo presencial em muitas organizações, empregadores também precisam repensar como lidam com a saída de funcionários à distância, visto que as políticas de distanciamento continuam em muitos países.

As tendências do trabalho remoto chegaram para ficar. Adotar uma mentalidade flexível será essencial para prosperar em um ambiente de negócios altamente dinâmico.

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