Variação de custo médico-hospitalar atinge 19,3%

16 de junho de 2016

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

A variação do custo médico-hospitalar (VCMH) referente ao período de dezembro de 2014 a dezembro de 2015 atingiu 19,3%. O índice se manteve superior à taxa de inflação do mesmo período (10,7%) e apresentou aumento de 4,0% em relação ao ano anterior, no qual o VCMH era de 15,3%.

O custo médico-hospitalar é resultado de uma combinação dos fatores frequência e preço dos serviços de saúde no intervalo de tempo analisado e a VCMH é a variação do custo das operadoras de planos e seguros de saúde. O cálculo é feito para um conjunto de planos individuais de operadoras, que representam cerca de um quarto do mercado.

Desde 2011, os problemas econômicos vêm afetando o mercado de trabalho, culminando na atual crise, que impactou diretamente na renda média da população que, ao contrário do VCMH, que está aumentando progressivamente, apresenta um processo de desaceleração contínua.

Áreas que mais influenciaram a alta do VCMH

O principal fator de influência foi a aceleração no índice dos Procedimentos de Internação e Exames, sendo a internação o principal item dos gastos médicos devido à alta demanda por materiais e medicamentos, totalizando 10,7%, mais da metade da variação do VCMH. Consultas foram responsáveis por 1,7%, Exames por 1,8% e o grupo de Terapias por 4,8%. De dezembro de 2014 a dezembro de 2015, Terapias apresentou a maior variação em 12 meses, de 3,4%.

A faixa etária dos beneficiários também influenciou a variação dos custos médicos. O grupo de pessoas com 59 anos ou mais representa 24,6% dos beneficiários, com alta de 2,8% em comparação ao índice anterior.

Alta demanda e custos configuram o cenário atual

Segundo a área médica da It’sSeg, o cenário da saúde no Século XXI é marcado pela prevalência de condições de transição: Transição Epidemiológica, especialmente com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como diabetes e hipertensão, que serão responsáveis por quase 60% da mortalidade na população e até 2020, segundo a Organização Mundial da Saúde; Transição Demográfica, com o aumento da longevidade e, com ela, a crescente demanda por cuidados de saúde, principalmente relacionados às DCNTs em longo prazo, gerando uma perspectiva de gastos crescente; Transição Tecnológica, cujo avanço propicia o aumento da expectativa e qualidade de vida, porém a um custo quase que insustentável.

Nesse contexto ainda há uma crise financeira ímpar, na qual cerca de 700 mil pessoas deixaram de ter plano de saúde somente no Estado de São Paulo, no intervalo de um ano. Essa crise econômica, somada ao aumento dos casos de dengue, zika, chukungunya e H1N1, que atingiram o País nos últimos meses, poderiam surtir um único efeito: altas alarmantes no custo médico-hospitalar.

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