As exportações brasileiras bateram recorde em 2023, chegando a movimentar US$339,7 bilhões. O levantamento mostra ainda detalhes interessantes sobre o atual cenário produtivo no país: a China se consolidou como o principal parceiro comercial do Brasil, destino de 30,7% dos produtos nacionais.
Se considerarmos também os mercados do sudeste asiático que estão na zona de influência da China, como Malásia, Tailândia, Vietnã e Indonésia, o percentual das exportações diretas sobe para 37,9%.
Consumidor voraz de commodities, o país asiático mantinha há 10 anos a taxa de 20% nas exportações totais de mercadorias brasileiras. Embora os índices tenham desacelerado em 2021 e 2022, por conta da política de covid zero, a dependência do mercado chinês por exportações brasileiras voltou a ser fomentada em 2023.
Logística é, atualmente, um dos obstáculo nas exportações para a China
O gerente de transportes e sinistros da It’sSeg, Dacio Marolatto, ressalta que o grande problema logístico que o Brasil atravessa atualmente é o conflito no mar vermelho.
“Os navios têm feito mudanças nos percursos para cumprir as rotas, evitando estes locais. Isso serve para proteção das cargas e das embarcações”, explica.
O profissional menciona ainda que “todas as seguradoras estão excluindo as coberturas para as viagens nestas regiões, sem contar também o conflito sem prazo de término entre Rússia e Ucrânia”.
Vale frisar que estes cenários refletem em um aumento de custo e o possível repasse para os produtos de bens de consumo, o que poderá contribuir para a elevação da inflação.
Tendência da economia chinesa é de desaceleração, mas, por enquanto, não deve ser motivo de preocupação
Seguindo o cenário do comércio exterior, mesmo com a tendência de desaceleração da economia na China, o Brasil deve continuar sendo um pilar na segurança alimentar dos chineses. As avaliações do mercado para este ano apontam para manutenção das exportações em nível próximo ao recorde de 2023, com projeções também otimistas.
Importante frisar que, em geral, a soja, minério de ferro e petróleo são os principais produtos exportados pelo Brasil. Em 2023, essas mercadorias representaram 37,2% do quadro comercial. Para especialistas, o bom desempenho é importante, mas precisa ser aliado a uma estratégia de diversificação industrial e de parceiros a longo prazo.
