Segundo avaliação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos graves e mortes relacionadas à COVID-19 está diminuindo no mundo. Uma série de fatores explicam esse desfecho:
• Melhor controle da capacidade de transmissão da variante ômicron e suas sublinhagens;
• Sucesso das vacinas e aumento natural da imunidade da população;
• Maior facilidade no acesso a cuidados médicos e tratamentos.
Assim, em 5 de maio de 2023, a OMS decretou o fim da emergência global de saúde pública vinculada à COVID-19. Mas isso não significa que a doença deixou de ter importância ou que as pessoas devem parar de se vacinar. O vírus continua sendo um risco.
Hábitos que vieram para ficar
De acordo com profissionais da saúde, a pandemia teve papel decisivo na disseminação de novos cuidados com a saúde. Aprendizados da época do auge da pandemia, em 2020, seguem na rotina de boa parte das pessoas, como:
• Lavar frequentemente as mãos com água e sabão e higienizá-las com álcool gel;
• Utilizar máscara quando tiver sintomas respiratórios;
• Tirar os sapatos antes de entrar em casa;
• Entender a relevância das vacinas e manter o calendário vacinal em dia.
A partir de agora, comenta a médica infectologista Naiane Lomes, “a prevenção e controle do número de casos, principalmente entre as pessoas mais vulneráveis, bem como controlar o surgimento de variantes ou novos vírus são os principais pilares do acompanhamento da COVID no mundo”.
O futuro do trabalho remoto
O home office foi a única alternativa para muitas empresas continuarem suas operações diante de uma crise sanitária global. Justamente por isso, por ter sido algo imposto e sem preparação, diversas lideranças tiveram problemas.
Se de um lado vimos líderes preocupados com a sensação de terem “perdido o controle” de suas equipes, do outro tínhamos pessoas “batendo cabeça” para não ceder à falta de estrutura para trabalhar em casa.
Após 3 anos, o trabalho remoto passa por uma reavaliação. Agora, o impasse se dá pela aceitabilidade desse formato de trabalho, visto que boa parte dos trabalhadores se adaptaram bem ao modelo, enquanto há quem argumente que o distanciamento cria uma série de problemas de comunicação.
Para o diretor executivo do PageGroup, Lucas Oggiam, o movimento de empresas de grande porte tende a ditar o ritmo dos negócios em determinados setores. Na opinião do executivo, o modelo 100% home office será cada vez menos visto. Isso porque as companhias têm seguido para o trabalho híbrido, com um, dois ou três dias em casa durante a semana, ou até mesmo regimes presenciais.
Agora, cabe uma avaliação criteriosa de cada empresa para definir o que será melhor para as finanças e seus colaboradores.
Como saber qual o modelo de trabalho ideal para a empresa?
Para entender o que precisa ser considerado na hora de uma empresa decidir qual modelo de trabalho é o ideal, o Estadão pediu para o PageGroup e para a Robert Half elencarem pontos que necessitam atenção neste tema.
• O primeiro ponto é entender que tipo de empresa se quer construir, qual a cultura organizacional será implementada e qual o objetivo eu tenho. É preciso entender como o trabalho híbrido, remoto ou presencial se encaixa dentro de tudo isso.
• Quem é seu cliente? É necessário saber qual a expectativa que o cliente tem em relação ao serviço que vai ser prestado e se é possível executá-lo de maneira remota. O tipo de função vai ser determinante neste tema.
• Conheça o seu público interno antes de escolher um modelo de trabalho. É importante entender as necessidades e desejos dos funcionários da empresa. Isso pode ser feito por meio de pesquisas, rodas de conversa, entrevistas de contratação ou de desligamento.
• Considere as características da empresa: infraestrutura, localização e facilidade de acesso da empresa também são fatores importantes.
• É importante avaliar o que outras empresas do mesmo segmento estão fazendo em relação ao modelo de trabalho. Observe a movimentação, mas considere o contexto em que a empresa está inserida. O que funciona para uma big tech pode não funcionar para uma empresa de química no interior de São Paulo, por exemplo.
Com base em informações nesta linha, explica o gerente da Robert Half, Leonardo Berto, a empresa deve fazer uma matriz de risco para avaliar as vantagens e desvantagens de cada modelo de trabalho. Ele também ressalta que é importante lembrar: o modelo de trabalho não precisa ser definitivo e pode ser adaptado conforme as mudanças nas necessidades da empresa e do mercado.
Texto escrito com apoio da médica infectologista Naiane Lomes.
Fontes: Naiane Lomes | Estadão | Robert Half | Artigo “Cinco hábitos que vieram pra ficar”, de Gabriela Alves | Texto de Benjamin Quadros, Futuro do Trabalho