4 práticas para engajar os colaboradores no trabalho presencial

30 de agosto de 2022

Tempo estimado de leitura: 4 minutos

Em março de 2021, um levantamento da Harvard Business Review mostrou que 81% dos 1.500 entrevistados (funcionários que experimentaram o home office) preferiam não voltar para o escritório.

Situação semelhante no relatório lançado no primeiro semestre de 2022, elaborado pela People At Work. Os dados apontam que 64% dos colaboradores consideraram procurar outra empresa, caso a companhia em que trabalham retomassem o modelo presencial. O material mostra, ainda, que 70% das pessoas querem mais flexibilidade, seja de horários ou de benefícios.

“O colaborador da pós-pandemia tem um mindset diferente de dois anos atrás. Eles viveram em um novo mundo, onde passaram a ter um novo propósito de vida e enxergá-la de forma diferente. As questões pessoais passaram a ter um peso maior. E nós, enquanto empresa, não podemos ficar cegos a isso”, comenta a diretora de gente e gestão da It’sSeg, Thais Camargo.

Trabalho presencial tem gerado dúvidas nos colaboradores

Fato é que, em algumas situações, o trabalho presencial é necessário ou até mesmo inevitável. Porém, com a volta dos colaboradores aos escritórios, muitos funcionários têm considerado a ideia de buscar uma alternativa: uma empresa que ofereça home office integral.

Uma pesquisa da It’sSeg, feita em junho de 2022, revelou que 21,6% dos funcionários consideram o tempo gasto no trânsito como o principal vilão do retorno aos escritórios. A perda da qualidade de vida e os custos com alimentação também apareceram no levantamento.

Embora as pesquisas tragam dados expressivos, o que pode definir qual modelo de trabalho melhor se aplica a cada empresa é o tipo de negócio, as atividades do dia a dia da companhia e a necessidade de ter proximidade física entre as equipes.

Se o modelo presencial ou híbrido é o caso da sua organização, separamos 4 dicas para ajudar o setor de Recursos Humanos a diminuir atritos e evitar o turnover. Você confere também outros trechos da palestra de nossa diretora de gente e gestão, Thais Camargo, no Top RH Sync.

Como evitar desistências e atritos na volta ao trabalho presencial

1. Tenha uma comunicação transparente

Para criar uma boa aliança com os colaboradores é importante, antes de tudo, que eles saibam os motivos da empresa ter optado pelo modelo híbrido ou presencial. Tenha clareza sobre as razões, sem justificativas rasas.

“Hoje os funcionários querem mensagens claras e diretas, mesmo que essas mensagens, em algumas vezes, não os agradem. Sermos transparentes, enquanto organização, faz toda a diferença”, diz Thais Camargo.

Para isso, o RH pode encorajar as lideranças a terem conversas individuais com cada membro da equipe. Dessa forma, a troca de informações se torna mais objetiva, podendo ajudar no engajamento.

Se a empresa puder permitir maior autonomia dos colaboradores, como escala de trabalho e horários, isso facilita o alinhamento das necessidades da companhia e de cada funcionário.

“Precisamos achar o ponto ótimo, ou seja, algo que esteja bom para o colaborador e que, ao mesmo tempo, seja vantajoso para a empresa. Este é um dos principais desafios na volta ao presencial”, destaca Thais.

Além disso, mensagens transparentes e empáticas ajudam a criar um ambiente com mais segurança psicológica.

2. Novos ambientes dentro do escritório e programas de incentivo

Durante a pandemia, muitas pessoas criaram hábitos – passaram a ter mais cuidado com a alimentação, praticar atividades físicas nas pausas do expediente, entre outros.

Por isso, voltar para um modelo de escritório tradicional, ou seja, um ambiente que não permita o colaborador ter atenção a esses aspectos, pode ser um pontapé na decisão de optar por outra empresa.

Pensando nisso, a criação de novos espaços dentro do ambiente de trabalho também tem ganhado força. Esta medida serve para que não haja uma ruptura total com os costumes adquiridos durante o home office.

Crie locais de convivência nos quais os colaboradores possam conversar e estar em contato uns com os outros. Esses espaços podem servir, ainda, para fazer pausas durante o expediente ou até mesmo serem utilizados para trabalhar. Ambientes com sofás, poltronas e cadeiras mais confortáveis podem ser aliados no engajamento por permitirem maior conforto e flexibilidade.

Algumas companhias também promovem momentos de conscientização – instruções de como se alimentar melhor, pausas para alongamento em equipe, orientação nutricional, grupos de leitura e por aí vai.

“Precisamos repensar, olhando para nossa cesta de benefícios, nosso pacote de bem-estar e programas de desenvolvimento, o que podemos estruturar para atrair novos colaboradores e engajar a população que já temos. As pessoas querem ser reconhecidas de forma individual. Então, não adianta fazer programas padronizados. É preciso mapear a população e montar grupos de afinidades, dessa forma, podemos olhar para cada funcionário”, comenta a diretora de gente e gestão.

3. Mude as instalações do escritório

Em datas comemorativas e campanhas de saúde (setembro amarelo e outubro rosa, por exemplo), aproveite para quebrar a rotina. Decorar a empresa é um sinal de atenção com os funcionários.

Não são necessários itens caros e luxuosos. Na verdade, balões, cartazes e enfeites servem para deixar o dia a dia mais dinâmico.

“Atualmente, em um cenário de recuperação da pandemia, os colaboradores estão carentes de programas voltados para a saúde mental. Por isso, as empresas precisam olhar para este cenário e entender como elas podem ser aliadas dos funcionários”, explica Thais.

4. Tenha um plano de ação em caso de novos imprevistos

Além de ter mudado profundamente o mercado de trabalho, a pandemia deixou muitas lições para as empresas. Uma delas é o plano de ação em caso de novos imprevistos.

Diante da possibilidade de novos surtos pandêmicos, é importante que as empresas tenham um plano. Os RHs podem ajudar a construí-lo listando os aprendizados durante o período da disseminação da covid-19 e propondo medidas eficazes, caso sejam necessárias no futuro.

Vale lembrar que ter um plano de ação não se aplica, necessariamente, apenas em casos de epidemias globais de saúde. Problemas na instalação do escritório, por exemplo, pode colocar em risco a rotina de trabalho, fazendo com que toda a equipe precise ficar afastada por um período.

Portanto, seja no modelo presencial ou remoto, um clima humano e saudável pode ser a resposta para evitar o turnover de funcionários e reter novos talentos.

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