No dia 23 de setembro, a Acrisure realizou o encontro “Primeiros Cuidados Psicológicos (PCP) no Trabalho”, que reuniu especialistas em saúde mental para discutir como empresas podem estruturar programas de acolhimento em situações críticas, reduzindo riscos e fortalecendo a cultura organizacional.
O que são PCP e por que importam para as empresas
Segundo a OMS e o Conselho Federal de Psicologia, os Primeiros Cuidados Psicológicos são uma intervenção rápida, prática e não invasiva, aplicável por qualquer pessoa capacitada dentro da empresa. O objetivo é estabilizar emocionalmente, oferecer escuta qualificada e encaminhar o colaborador para redes de apoio adequadas.
“Os primeiros cuidados psicológicos não substituem terapia, mas funcionam como um apoio imediato que pode salvar vidas e evitar desdobramentos graves”
Para as empresas, os PCP se tornam um recurso estratégico porque:
- Prevêm agravamentos de crises emocionais;
- Reduzem afastamentos e custos relacionados à saúde;
- Protegem a segurança operacional, já que colaboradores em sofrimento podem ter percepção de risco comprometida.
Quando aplicar?
Os PCP são recomendados em situações críticas, como:
- Crises de ansiedade ou ataques de pânico;
- Comunicação de falecimento ou más notícias;
- Conflitos interpessoais intensos;
- Casos de violência doméstica ou emergências pessoais;
- Acidentes ou incidentes dentro da empresa;
- Ideação suicida ou falas de risco.
Também se aplicam a sinais mais sutis: queda de produtividade, isolamento, insônia ou irritabilidade. A atuação preventiva é fundamental para evitar agravamentos.
Conexão com ESG e segurança no trabalho
Implementar primeiros cuidados psicológicos no trabalho é também uma estratégia de ESG e gestão de risco. O método:
- Reforça a responsabilidade social corporativa;
- Reduz estigmas sobre saúde mental no ambiente de trabalho;
- Melhora indicadores de absenteísmo e presenteísmo;
- Fortalece a percepção de segurança física em operações críticas.
“Quando falamos em PCP, falamos também de segurança. Um colaborador em crise pode colocar a si mesmo e aos outros em risco. Oferecer esse suporte é cuidar de saúde mental e integridade física ao mesmo tempo”
Como estruturar um programa de PCP
As especialistas reforçaram que a implementação requer planejamento estruturado e patrocínio das lideranças. Entre os passos recomendados estão:
- Definir objetivos e público-alvo (RH, gestores, SESMT, brigadistas);
- Criar protocolos claros para emergências e sinais de alerta;
- Estabelecer papéis e responsabilidades em cada área;
- Capacitar colaboradores-chave para o atendimento inicial;
- Comunicar de forma acessível a existência do programa;
- Monitorar resultados e ajustar continuamente;
- Promover uma cultura de escuta ativa e empatia.