Do risco de inundação à adaptação global: como o seguro prepara o Brasil para a COP31

03 de dezembro de 2025

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

O setor segurador brasileiro tem dado passos concretos para fortalecer sua atuação diante dos efeitos das mudanças climáticas, aproximando ações regionais de diretrizes globais.  

Um dos movimentos mais recentes – e simbólicos – é o lançamento, pela CNseg, de uma ferramenta regionalizada para análise de risco de inundação. A solução permite mapear vulnerabilidades com maior precisão e apoiar decisões técnicas em seguro, prevenção e políticas públicas. 

A iniciativa reforça uma tendência que ganha tração no país: seguradoras, resseguradoras e entidades do mercado estão ampliando investimentos em modelos climáticos, dados geoespaciais e práticas de governança que dialogam com padrões internacionais, como os definidos pela ONU, TCFD e ISSB.  

Na prática, significa que o Brasil começa a alinhar sua estratégia de adaptação aos frameworks globais enquanto desenvolve soluções próprias para desafios locais. 

Ferramentas regionais e impacto sistêmico  

A ferramenta de análise de risco de inundação da CNseg é um divisor de águas porque introduz uma leitura territorializada do risco climático, permitindo identificar áreas mais suscetíveis, antecipar eventos extremos e orientar o desenho de produtos mais aderentes às realidades regionais.  

Ao promover métricas padronizadas, o mercado aumenta sua capacidade de medir perdas, precificar coberturas e colaborar com governos na prevenção. 

Para especialistas, o modelo também pressiona por maior integração entre dados públicos e privados. Isso favorece a formação de um ecossistema de análise climática mais robusto, essencial para que o seguro cumpra seu papel como alavanca de resiliência econômica. 

Do local ao global: alinhamento que fortalece a competitividade 

A consolidação dessa agenda coloca o Brasil em posição estratégica no debate internacional. Além de responder a eventos críticos, o setor segurador brasileiro começa a estruturar práticas comparáveis às de mercados mais maduros.  

Isso fortalece a competitividade do país, abre portas para parcerias com resseguradoras internacionais e amplia o acesso a conhecimento técnico de ponta. 

O movimento também ajuda empresas brasileiras a evoluir em suas próprias estratégias de ESG e governança climática, já que o seguro é um dos pilares que garantem continuidade operacional e planejamento de longo prazo. 

Leia também 

Rumo a uma agenda mais integrada e preventiva  

Ao investir em dados, inteligência territorial e metodologias reconhecidas globalmente, o setor segurador passa a assumir um papel central na aceleração da transição climática.  

A agenda deixa de ser apenas regulatória e se torna um vetor de inovação, capaz de transformar a gestão de riscos, apoiar decisões públicas e privadas e estimular soluções que ampliem a resiliência das cidades. 

Dessa forma, o Brasil demonstra que a adaptação climática, quando tratada com rigor técnico e colaboração entre setores, pode se tornar um diferencial competitivo. E o mercado segurador emerge como um dos protagonistas nessa construção. 

 

ARTIGOS RELACIONADOS
Lei do Contrato de Seguro entra em vigor em dezembro: o que muda para as empresas

Lei do Contrato de Seguro entra em vigor em dezembro: o que muda para as empresas

A Lei nº 15.040/2024, conhecida como Marco Legal dos Seguros ou Lei do Contrato de Seguro, entra em vigor em 9 de dezembro de 2025 e estabelece um novo padrão regulatório para o setor. 

A norma moderniza as relações entre seguradoras e contratantes, com impacto direto em empresas que dependem de seguros patrimoniais, operacionais e de responsabilidade civil para proteger ativos estratégicos e mitigar riscos financeiros. 

COP30: o seguro no centro da transição climática e financeira

COP30: o seguro no centro da transição climática e financeira

O aumento expressivo de ataques cibernéticos nas últimas décadas transformou a segurança digital em prioridade estratégica. Empresas de todos os portes enfrentam ameaças constantes — de invasões e sequestros de dados a fraudes e vazamentos de informações sensíveis. 

Gestão de Sinistro: bastidores de um processo que protege o segurado

Gestão de Sinistro: bastidores de um processo que protege o segurado

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou que, em 2024, o sistema de saúde suplementar brasileiro registrou 1,94 bilhão de procedimentos, englobando consultas médicas, exames, internações, terapias e atendimentos odontológicos – um crescimento de 0,3% em relação a 2023.

INSCREVA-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER SEMANAL

    AO INFORMAR MEUS DADOS, EU CONCORDO COM A POLÍTICA DE PRIVACIDADE E COM OS TERMOS DE USO

    PROMETEMOS NÃO UTILIZAR SUAS INFORMAÇÕES DE CONTATO PARA ENVIAR QUALQUER TIPO DE SPAM

    VOLTAR PARA A HOME