Seguros para os riscos na construção de usinas hidrelétricas

27 de março de 2025

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

O ano de 2024 quebrou recorde quanto ao número de usinas instaladas no Brasil: 301 novas plantas em 16 estados. Desse total, foram 147 fotovoltaicas, 121 eólicas, 22 termelétricas, nove pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e duas centrais geradoras hidrelétricas.

Este cenário, impulsionado pelo crescimento da demanda por energia, favorece a construção de novas usinas. No entanto, durante a fase de obras, diversos riscos precisam ser previstos e mitigados.

Riscos e desafios na construção de usinas hidrelétricas

Em usinas hidrelétricas, há riscos significativos relacionados ao desvio de rios, rebaixamento do lençol freático, construção de ensecadeiras, entre outros pontos. Os aspectos geológicos e hidrológicos demandam estudos aprofundados, pois podem interferir no cronograma da obra, na execução e na escolha de métodos construtivos. 

Othoniel Pimentel, diretor comercial da It’sSeg – Acrisure, destaca que um projeto bem elaborado desde o início é o primeiro passo para mitigar riscos. “As seguradoras avaliam os estudos hidrológicos, o cronograma físico-financeiro e os possíveis impactos que a localização do projeto pode trazer na execução das obras. É uma análise multidisciplinar”.

Quando a construção se estende para o período de chuvas, as seguradoras tendem a agravar ou não aceitar o risco. “É essencial ter um planejamento detalhado que considere a sazonalidade e evite atrasos”, alerta o diretor.

A contratação de empresas de engenharia com expertise, engenheiros de confiança e cases semelhantes do construtor ou do contratante da obra também são fatores decisivos na avaliação.

Rodolfo Martins, superintendente técnico de riscos corporativos da It’sSeg – Acrisure, explica que toda obra sob ou em proximidade de água, bem como a construção de barragens, já são um desafio pela complexidade do projeto e local de execução. 

“Um risco desse tipo têm taxas de precificação mais agravadas, termos e condições limitadas e franquias majoradas. Portanto, um fator fundamental para o êxito na negociação destes projetos no mercado segurador está na qualidade das informações fornecidas pelo segurado”, diz.

Coberturas de seguros aplicados a fase de construção

Existe uma gama de produtos que podem ser contratados para mitigar e/ou reduzir os prejuízos acidentais durante a construção. Os mais comuns são: seguro para Riscos de Engenharia; e o RC Obras.

O seguro para Riscos de Engenharia tem por finalidade garantir a reposição do material perdido durante a execução de um projeto. Ou seja, o seguro garante ao construtor a cobertura para os prejuízos decorrentes de acidentes (evento súbito e imprevisto) ocorridos durante as obras.

Vale lembrar que este seguro é do tipo All Risks, por isso, cobre todos os eventos, exceto os explicitamente excluídos. Entre as principais coberturas estão:

  • Incêndio e explosão;
  • Danos da natureza;
  • Quedas de estruturas e peças durante operações de içamento;
  • Danos elétricos;
  • Erros de projeto;
  • Falhas de equipamentos;
  • Alagamentos e inundações;
  • Roubo de materiais e equipamentos;
  • Armazenamento fora do canteiro de obras;
  • Obras temporárias e ou provisórias;
  • Equipamentos móveis e estacionários;
  • Entre outras.

Adicionalmente, existe o seguro de Responsabilidade Civil Obras, que visa proteger os patrimônios da empresa segurada contra riscos de danos corporais e/ou materiais causados a terceiros durante o período de construção – desde que decorrentes de evento súbito e imprevisto.

Diferente de um seguro de risco de engenharia, onde é definido um valor do bem a ser coberto, no RC existe a subjetividade do dano. Ou seja, não se sabe qual o tamanho do prejuízo pode-se causar a um terceiro.

Neste contexto, é estabelecido um Limite Máximo de Indenização – LMI. Trata-se da quantia pela qual a seguradora será responsável por indenizar o terceiro em decorrência de evento coberto. Isso pode variar de acordo com o tamanho e complexidade do projeto, funcionários atuando dentro do canteiro de obras, vizinhança, entre outros fatores.

Na cobertura básica, estão cobertos os danos materiais e/ou corporais que a execução da obra possa causar. Geralmente estão inclusos:

  • Danos à vizinhança em geral;
  • Lucros cessantes causados a terceiros;
  • Custos de defesa;
  • Danos morais.

Existem outras modalidades de seguros que, a depender da necessidade, podem ser contratados, como: RC Ambiental, RC Profissional, RC Equipamentos, Transporte de Mercadorias, Automóvel, Seguro de Vida e Acidentes Pessoais.

A importância de uma gestão contínua do risco

Empresas mais maduras têm profissionais dedicados à gestão de riscos, como engenheiros de segurança, Risk Managers e especialistas em compliance. “Temos clientes que enviam relatórios trimestrais detalhando o andamento da obra. Isso dá transparência e permite ajustes preventivos”, relata Othoniel.

Outro ponto crítico é a transição entre a apólice de engenharia (fase de obra) e a apólice operacional (fase de geração). “Esse momento é um período cinzento. Se as apólices estiverem com seguradoras diferentes, pode haver conflito na regulação de sinistros”, alerta. A recomendação é manter ambas com a mesma seguradora para evitar disputas de responsabilidade.

Nesse processo, consultorias como a It’sSeg – Acrisure desempenham um papel estratégico, colaborando na análise de riscos desde a concepção do projeto até a operação da planta, ajudando a garantir a segurança, a eficiência e a viabilidade do empreendimento. Fale com um de nossos consultores!

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