Confiança em Queda: índice Robert Half revela maior cautela no mercado de trabalho

30 de abril de 2025

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

O mercado de trabalho brasileiro segue em ritmo lento, como observa a 31ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), divulgada em abril de 2025. O estudo ouviu a opinião de 387 profissionais das categorias: empregados, desempregados e recrutadores, entre os dias 14 de janeiro e 17 de fevereiro.

A expectativa em relação às contratações e à estabilidade apresentou queda em comparação aos meses anteriores, evidenciando um cenário marcado por prudência, incerteza e necessidade de ajustes estratégicos.

Quem está mais confiante e quem está mais preocupado

O índice de confiança atual caiu de 39,9 para 38,6 pontos. Já a projeção para os próximos meses recuou de 45,4 para 43,3 pontos. Ou seja, ainda que o presente seja previsível, as projeções ilustram um futuro pessimista, reflexo dos ambientes econômico e político desafiadores, e a desaceleração no mercado global.

  • Profissionais empregados foram os únicos a demonstrar leve aumento de otimismo no presente (+2 pontos), mas também reduziram sua confiança no futuro (-1,7 pontos).
  • Profissionais desempregados e recrutadores sentiram o peso da insegurança, com quedas tanto no índice atual quanto no futuro, um sinal claro de maior apreensão sobre a geração de empregos e a capacidade de absorção de mão de obra nos próximos meses.

Além disso, 80% dos recrutadores afirmam que a contratação de profissionais qualificados está difícil ou muito difícil. Mais da metade acredita que essa dificuldade continuará ou se agravará nos próximos seis meses.

Apesar da preocupação, 17,8% das empresas sinalizam que pretendem intensificar suas contratações a curto prazo, abrindo caminhos para oportunidades pontuais.

Fatores decisivos para mudança de emprego

Outro ponto divulgado pelo estudo é o que mais pesa na decisão dos profissionais ao avaliar uma nova proposta de trabalho. Pacote de benefícios e possibilidade de equilíbrio entre vida pessoal e profissional foram os fatores mais citados (mais relevantes, inclusive, que o próprio salário).

Essa tendência reforça uma mudança estrutural no mercado. Mais do que boa remuneração, os profissionais buscam qualidade de vida, desenvolvimento e flexibilidade.

Cenário estável no desemprego entre qualificados

O levantamento também trouxe boas notícias para quem tem formação superior. A taxa de desemprego dos profissionais qualificados se manteve em 3,0% no último trimestre de 2024, um número consideravelmente inferior à taxa geral de desemprego (6,2%).

Essa estabilidade reforça que, mesmo em um ambiente de cautela, profissionais com alta qualificação continuam sendo valorizados, e o mercado segue competitivo para esse grupo.

O perigo da hesitação: principal risco para o futuro

Embora o cenário seja de prudência, o relatório faz um alerta: adiar decisões estratégicas de contratação pode criar gargalos de talentos no futuro. A falta de planejamento deve resultar em aumento de custos com salários, perda de agilidade e dificuldades para atender a projetos.

Empresas que souberem agir, mantendo o foco em atrair e reter talentos, terão vantagem competitiva nos próximos meses. Para os profissionais, o recado é claro: manter a qualificação em dia, investir em habilidades e acompanhar as tendências serão os diferenciais para se destacar em tempos de incerteza.

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