No Brasil, escassez de mão de obra qualificada preocupa 71% dos líderes de RHs

17 de janeiro de 2024

A porcentagem foi obtida pelo levantamento anual do Boston Consulting Group (BCG), desenvolvido em parceria com a Federação Mundial de Associações de Gestão de Pessoas (WFPMA, na sigla em inglês).

No entanto, a escassez de talentos não é uma apreensão exclusivamente dos líderes brasileiros. A média global para este mesmo índice chega a 72%.

 

Transformação digital é a segunda maior preocupação dos RHs

Outro assunto que desafia os respondentes brasileiros é a transformação digital do setor de Recursos Humanos. Este quesito foi citado por 53% dos entrevistados, sendo visto como o segundo maior obstáculo no país.

O desafio é especialmente atribuído ao rápido avanço da inteligência artificial e à crescente necessidade da integração de dados nos processos de recrutamento e seleção. 

“Independentemente da região do globo, a introdução de novas tecnologias na operação do RH, muitas vezes, requer investimentos e uma mudança cultural significativa, e isso se mostra bastante desafiador. Porém, depois de anos difíceis no ambiente empresarial, enxergamos que as inovações tendem a ser adotadas com mais velocidade”, afirma Santino Lacanna, sócio e líder da prática de Pessoas e Organizações do BCG.

 

Tecnologia como ferramenta de inovação no RH

 

Lentidão no processo de digitalização também chamou a atenção entre os resultados da pesquisa

Apesar de a tecnologia ser crucial para a gestão de pessoas, habilidades digitais nas operações de RH continuam insuficientes em muitas organizações. Isso torna a transformação digital uma das principais prioridades das lideranças.

No Brasil, apenas 34% dos entrevistados afirmaram que o departamento de Recursos Humanos está usando dados e análises para antecipar os desafios de pessoas. Já 37% afirmaram que o setor de RH está usando tecnologias digitais.

Importante ressaltar que o uso de inteligência artificial está em crescimento contínuo e tem ganhado destaque entre gestores, mas também se encontra em fase inicial de implementação. 

Apesar disso, outro estudo do BCG, “How Generative AI Will Transform HR”, deixa claro como a incorporação dessa tecnologia poderá trazer benefícios e chegar a gerar um aumento de produtividade de até 30% no RH quando há uma combinação certa entre maturidade digital e metas de IA bem definidas.

 

Mais da metade dos empregos que existem hoje serão alterados pela Inteligência Artificial

 

Recomendações do BCG para líderes de gestão de pessoas

A pesquisa traz cinco principais recomendações que as lideranças devem adotar para lidar com os desafios de hoje e do futuro:

 

Utilize dados para planejar a oferta e demanda de talentos com precisão

O planejamento estratégico da força de trabalho é um desafio constante para a maioria das organizações. Embora os princípios fundamentais não sejam novos, a urgência de agir aumentou e a disponibilidade de insights baseados em dados mudou o cenário competitivo.

 

Aprimore a aquisição de talentos

Em um mercado onde talentos especializados são escassos, soluções digitais podem ajudar as empresas a se diferenciarem com base na experiência que oferecem aos candidatos, resultando em melhores taxas de sucesso de recrutamento e contratação de novos funcionários.

 

Invista na capacitação e reciclagem da força de trabalho atual

Desenvolver novas habilidades na equipe existente é muito mais econômico do que contratar novas pessoas. Além disso, a tecnologia em constante mudança confronta as empresas com a necessidade de atualizar continuamente as habilidades e capacidades de sua força de trabalho

 

Desbloqueie valor por meio da inteligência artificial

A IA generativa tem o potencial de revolucionar processos de autoatendimento, aumentar a produtividade, personalizar experiências para clientes e construir ecossistemas de talentos baseados em dados. Os pioneiros já estão capturando valor com casos de uso ao longo de toda a cadeia de valor de recursos humanos

 

Foque em gestão de mudanças e desenvolvimento organizacional

No âmbito dos comportamentos de liderança, gestão de mudanças e desenvolvimento organizacional, é essencial não subestimar o potencial transformador – e desafiador – da mudança. Com isso em mente, as organizações estão focando mais nos comportamentos de equipes de liderança inteiras do que de indivíduos.

“O maior desafio das empresas hoje é olhar para frente e ter a capacidade de planejar o futuro a longo prazo. Em um ambiente empresarial de rápida evolução, as companhias precisam ser proativas e antecipar implicações de temas macro, como o avanço da IA, alterações climáticas ou questões geopolíticas. Integrar uma estratégia de inovação e priorizar tópicos críticos da força de trabalho são hoje elementos essenciais para garantir o sucesso organizacional.”, finaliza Santino. 

O estudo completo, em inglês, está disponível no site do BCG. A pesquisa, realizada desde 2008, contou com a participação de mais de 6.800 líderes de RH de todos os setores, em 102 mercados.

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