Reflexos do acidente na ponte em Baltimore (EUA) no mercado segurador

28 de março de 2024

Na madrugada da última terça-feira (26/03), um navio de carga com destino ao Sri Lanka atingiu a Francis Scott Key Bridge, situada na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos. Com o impacto a ponte colapsou, levando à queda da estrutura e de vários veículos no rio Patapsco.

Até o momento, duas pessoas foram resgatadas, sendo que uma está hospitalizada. A operação busca encontrar outros seis indivíduos, mas, segundo os socorristas, é provável que sejam localizados já sem vida.

As autoridades afirmaram que essas oito pessoas faziam parte de uma equipe de operários que consertava buracos. Os desaparecidos são trabalhadores do México, Guatemala e El Salvador, de acordo com o Consulado Mexicano em Washington.

 

O desastre poderia ter sido maior

O Dali, navio operado pelo Synergy Group, emitiu um pedido de socorro pouco antes da colisão, o que permitiu que a ponte fosse fechada, impedindo a circulação de outros carros. A embarcação apresentou falhas elétricas, deixando-a sem rumo no rio.

Quando o navio recuperou a energia, o comandante informou às autoridades portuárias de Baltimore que havia perdido o controle da direção. Mas era tarde. A embarcação já estava próxima dos pilares de sustentação da ponte.

 

Consequências do acidente

O desabamento afetou uma das principais rotas comerciais estadunidenses e pode refletir no comércio internacional. O secretário de Transportes dos Estados Unidos disse que vai haver impacto na distribuição de mercadorias e que não há previsão de quando o porto será reaberto.

Em Baltimore está localizado o principal porto de importação e exportação de carros do país e um dos maiores de produtos agrícolas. Além disso, o local é fundamental para a indústria naval na Costa Leste dos Estados Unidos, gerando cerca de 3,3 bilhões de dólares por ano e empregando diretamente mais de 15 mil pessoas.

 

Os impactos do acidente para os seguros

O superintendente de Ramos Elementares, Mauricio Korcsog, pontua que, segundo informações, a ponte possui seguro de Property, o que reforça a cultura de seguros do mercado norte-americano.

Neste caso, as seguradoras responsáveis por essa apólice poderão, após a indenização, entrar com uma ação de regresso contra a empresa proprietária do navio para recuperar os valores indenizados do responsável pelo acidente“, explica.

Mauricio esclarece, ainda, que a companhia proprietária do navio deve possuir um seguro de responsabilidade pelos danos causados a terceiros. Esse produto pode fazer frente aos prejuízos causados à ponte e às vítimas.

No entanto, comenta, “a verba contratada será insuficiente para suportar todos os prejuízos causados, levando-se em conta a necessidade de reconstrução da ponte, remoção dos destroços para a liberação do porto e reparação das perdas diretas e indiretas daqueles que foram afetados pelo acidente”.

As responsabilidades que excederem a verba contratada para a apólice irão recair diretamente sobre a empresa. E provavelmente será levado em consideração os lucros cessantes do porto pelo tempo de paralisação, os custos adicionais dos embarcadores, as empresas afetadas pelo atraso no recebimento e perdas de suas mercadorias, entre outros fatores.

 

A magnitude do acidente pode influenciar o mercado de seguros e resseguros

Maurício acredita que as perdas consequentes da ocorrência poderão fazer com que as companhias de seguros e resseguros revejam seus critérios de aceitação e precificação de riscos.

“Este cenário poderá ser sentido também no mercado brasileiro, em função da atuação global de grandes grupos seguradores e resseguradores”, ressalta.

Contudo, é necessário aguardar a apuração do acidente, que poderá levar meses para ser concluída. Confira como ficou a ponte Baltimore após a colisão. As imagens são da agência britânica de notícias, Reuters.

 

 

 

 

Navio à deriva atinge a ponte Rio-Niterói

Em novembro de 2022, uma situação parecida aconteceu no Rio de Janeiro. O navio São Luiz, abandonado desde 2016, colidiu com a ponte Rio-Niterói. No entanto, a estrutura não desabou.

Neste caso, a embarcação não poderia ter seguro, visto que não estava regularizada há anos. Além disso, na época, especialistas contaram que o risco já era conhecido pelas empresas de fiscalização. Os moradores da região também tentaram alertar sobre a possibilidade de o cargueiro ficar à deriva. Confira!

 

De quem é a culpa pela batida do navio de cargas na ponte Rio-Niterói?

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