Informação, o novo petróleo da saúde

14 de julho de 2017

A informação é um ativo, um valor de investimento. Obter informações a partir dos dados oferece tantas possibilidades que sua importância econômica e estratégica para o mercado tem sido comparada ao que o petróleo foi nas décadas passadas.

O debate sobre o uso de dados e aplicação de Big Data em todos os setores da economia nunca esteve tão aquecido. Seu potencial transformador é imenso e hoje temos muitos recursos tecnológicos. Na saúde, por meio da criação de algoritmos e inteligência artificial, os dados são capazes de segmentar uma população, identificar fatores de risco para doenças, auxiliando em ações preventivas, e indicar tendências.

O mais importante é que pela primeira vez na história, temos condições de mensurar a efetividade dos tratamentos em grande escala. Sairemos do atual modelo de medição (quantas consultas e quantos exames realizados) para um modelo de performance (o tratamento deu certo? que perfil foi melhor sucedido? onde estão os problemas?).

Outra grande transformação é que as informações hoje podem ser geradas e captadas por diversos meios, como informações do prontuário, laboratoriais e comportamentais (estas oriundas de redes sociais e dados de aplicativos, em especial os wearables). Tudo isto pode ser integrado para mapear o perfil do paciente de forma muito mais completa. E ao fazer isto para um grupo grande de pessoas, o potencial de análises e conclusões decorrentes deste grande Big Data é ilimitado.

Mas quando falamos do uso de dados em saúde naturalmente pensamos na segurança e privacidade destas informações. A alternativa considerada é o uso do Blockchain. A tecnologia, que surgiu com o Bitcoin, é capaz de resolver os problemas dos contratos físicos, como excesso de documentação, erros, fraudes, atrasos, além de custos administrativos, tornando os processos mais eficientes e melhorando a experiência do consumidor. Os benefícios são tão interessantes que em 2020 esses smart contracts se tornarão predominantes em toda a indústria financeira e seguros.

Na saúde, sua aplicação possibilitaria o armazenamento codificado de todo tipo de dado com fácil acesso. Isso evitaria os estimados 20% de erros médicos que ocorrem devido à falta de acesso imediato às informações dos pacientes.

Mas é difícil pensar os limites para tecnologias desconhecidas para nós. Você acharia justo ou invasivo se tivesse que usar um dispositivo wearable para medir seus hábitos de vida e, com base no resultado, fosse determinado o valor do seu plano de saúde? Quanto mais saudável fosse a sua rotina, menos você pagaria. Embora seguradoras já façam isso, principalmente no ramo de automóveis, monitorando o comportamento dos clientes no trânsito para determinar o preço do seguro de acordo com o perfil de risco, quando falamos da nossa condição de saúde, este processo pode ser considerado invasivo.

Seja por governos, empresas ou pelos próprios cidadãos, o uso de dados na saúde veio para ficar, pois é muito claro que existe um enorme potencial de ganho de efetividade e de geração de novos negócios. A sociedade como um todo precisa se organizar na redefinição dos parâmetros de privacidade, propriedade e acesso a essas informações.

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