Prevenir a fraude no setor de seguros exige mais do que inteligência no momento do sinistro. Esse foi o ponto central do painel “Da Subscrição ao Sinistro: A Nova Era da Prevenção à Fraude”, realizado durante o Insurtech Brasil 2025. Especialistas da Pier, Porto, AutoInsp e Brick discutiram como a tecnologia está sendo aplicada em todas as etapas da jornada do segurado — e não apenas no momento em que o golpe tenta acontecer.
Moderado por Vinicius Schroeder, CEO da Brick, o painel reuniu Camila Kataguiri (Co-CEO da Pier), Julio Mendes (Gerente de Sindicância da Porto) e Tiago de Bortoli (CEO da AutoInsp), num debate que revelou um novo paradigma: combater a fraude começa na subscrição.
Do onboarding ao sinistro: dados como linha de defesa
A transformação da subscrição foi um dos destaques. Segundo os debatedores, tecnologias de coleta e análise de dados no onboarding do cliente — como fotos, vídeos, geolocalização e validações cruzadas — já são ferramentas-chave para detectar inconsistências antes mesmo da emissão da apólice.
Aplicações de IA para modelar riscos com base em dados comportamentais, inspeção remota automatizada via smartphone para checar condições do bem segurado, com algoritmos que apontam sinais de fraude ou manipulação de imagem, são alguns dos exemplos de como os dados podem atuar na antecipação de riscos e prevenção à fraude.
Sinistros automatizados e investigação inteligente
Na etapa do sinistro, a tecnologia também avança. A Porto, por exemplo, já aplica sistemas de analytics para identificar padrões de comportamento e recorrência, permitindo acionar áreas de sindicância com mais agilidade e precisão.
“Fraude não é exceção. É um risco recorrente e precisa ser tratado com modelo estatístico e inteligência de dados.” — Julio Mendes, Porto Seguro
A adoção de sistemas de triagem automática de sinistros, com modelos preditivos baseados em histórico e contexto, está reduzindo o tempo de resposta e aumentando a assertividade das apurações.
IA e agentes digitais: do alerta à decisão
Uma das tendências debatidas foi o uso de agentes digitais autônomos, capazes de executar regras de negócio, solicitar informações complementares e tomar decisões dentro de parâmetros definidos. Esses robôs, integrados a plataformas como a da Brick, atuam 24/7, analisando documentos, imagens e padrões de desvio em tempo real.
“Hoje conseguimos, com imagens e geolocalização, verificar sinais de manipulação antes do cliente terminar a jornada.” — Tiago de Bortoli, AutoInsp
O painel sobre prevenção à fraude deixou claro que o setor de seguros está vivendo uma mudança de mentalidade. A tecnologia deixou de ser um apoio ao processo investigativo para se tornar parte essencial da própria estratégia de prevenção.
“A orquestração de dados e IA permite uma atuação preventiva com muito mais velocidade. O foco agora é antecipar e não reagir.” — Vinicius Schroeder, Brick
Na nova era da subscrição digital, automatização e agentes inteligentes, o recado é claro: fraude se combate antes mesmo da apólice nascer. E quem entender isso primeiro, além de proteger seu portfólio, vai ganhar eficiência, credibilidade