Transporte Marítimo: Embarcadores devem estar atentos às zonas de guerra

27 de maio de 2024

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Na segunda metade de abril, um porta-contêineres de bandeira portuguesa, o MSC Aries, foi apreendido pelo Irã. De acordo com o comunicado feito pelo Ministério de Relações Exteriores iraniano, o navio estava associado a Israel.

A captura ocorreu próxima ao Estreito de Ormuz, dias após Teerã ter prometido vingar um bombardeio israelense ao seu consulado em Damasco. Depois da apreensão, o Irã também lançou mísseis explosivos ao território de Israel, em uma ação que afirmaram ter sido em legítima defesa.

A agência de notícias IRNA comunicou que um helicóptero da Guarda Revolucionária embarcou no MSC Aries, desviando o navio para as águas territoriais do Irã. Desde então, a empresa que opera a embarcação tenta negociar para que a tripulação seja liberada e que a carga seja desembarcada.

Navio apreendido pelo Irã possui cargas brasileiras

A MSC – Mediterranean Shipping Company, proprietária do porta-contêineres, emitiu um comunicado aos seus clientes, incluindo empresas brasileiras com mercadorias a bordo, informando que buscam chegar a um acordo com as autoridades.

No dia 9 de maio, última atualização do caso até então, o Irã libertou 7 dos 25 tripulantes. Segundo o Ministério das Relações Exteriores iraniano, eram cinco indianos, um filipino e um estoniano.

Zonas de riscos no transporte marítimo

O gerente de transportes da It’sSeg, Dacio Marolatto, ressalta que em virtude da instabilidade geopolítica no trânsito do Mar Mediterrâneo, Mar Vermelho e no Estreito de Ormuz, o transporte marítimo nessas áreas torna-se um grande desafio, o que impacta diretamente a cobertura de seguro nesses locais.

“Por conta das tensões no Oriente Médio, as seguradoras têm excluído a cobertura de Guerra nessas regiões. Consequentemente, os navios têm optado por diferentes rotas para evitar as áreas de conflito, aumentando a duração das viagens e os custos para a proteção das cargas e das embarcações”, explica.

A existência da cobertura em caso de guerra

A cobertura adicional de guerra para os seguros de transportes internacionais, geralmente, já faz parte das apólices. Mas para as regiões de instabilidade política ou de alto risco, a proteção é excluída automaticamente.

“Temos também a especial atenção de que para as rotas que não estiverem sob exposição de risco, mas aconteça um conflito súbito, a cobertura adicional de guerra poderá ser cancelada pela seguradora, mediante aviso prévio, por escrito, que não poderá exceder o prazo de 7 dias”, pontua o gerente.

Dacio comenta também que as cláusulas de seguros de transportes internacionais excluem o ato de terrorismo, independente do motivo ou propósito. “É fundamental que cada caso seja alinhado previamente junto a seguradora a fim de identificar as exposições e discutir as medidas possíveis para proteger os bens transportados” conclui.

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