Que 2020 foi um ano totalmente diferente do que havíamos previsto, todo mundo concorda. Ninguém imaginava que o mundo passaria pela maior crise de saúde pública dos últimos 100 anos, transformando nossas rotinas, a forma como trabalhamos e até como nos vestimos.
As máscaras faciais se tornaram populares e, mesmo com contratempos, estamos aprendendo a trabalhar longe do escritório. A pandemia ainda ampliou a conversa sobre saúde física e mental nas empresas, exigindo dinamismo e cuidado redobrado com o colaborador.
Falar sobre os desafios de 2020 não é fácil, mas é possível destacar alguns. Para Thaís Camargo, diretora de RH da It’sSeg, o maior deles foi buscar alternativas e novos caminhos para gerir a saúde emocional das pessoas:
“Nos deparamos com uma avalanche de sentimentos: incerteza, insegurança, medo, perda, angústia, ansiedade, estresse. E no meio desse turbilhão de sentimentos, fazer a gestão da produtividade do time e não deixar a ‘peteca cair’. Neste momento, mais do que nunca, gerir bem o que já existe em benefícios dentro da empresa é fundamental. Mas buscar alternativas para essa nova realidade, gerando real valor na vida dos colaboradores, é tão importante quanto. Precisamos de um olhar humanizado, além dos processos.”
Para Marcio Tosi, diretor de Gestão Médica da It’sSeg, entre os principais desafios do ano, esteve a necessidade de adaptação para o trabalho remoto:
“Muitas empresas contavam com processos manuais e pouca solução virtual na gestão de benefícios, que imediatamente deixaram de ter a mesma eficiência com o afastamento dos colaboradores e início do home office. Encontrar formas de manter todas as rotinas funcionando, além de desenvolver modelos de interação remota, são pontos que demandaram muito esforço.”
Ele comenta ainda que algo parecido ocorreu com a gestão de saúde, exigindo a construção de novas regras e diretrizes para suportar as demandas. “Programas para grupos de risco precisaram ser reinventados, de tal forma que continuassem atingindo a população, enquanto outros, principalmente relacionados à Covid-19, precisaram ser criados em tempo recorde.”
O que esperar de 2021?
Os avanços da tecnologia nos setores de saúde e benefícios, sem dúvida, transformaram a maneira com a qual estávamos acostumados a fazer as coisas. Segundo Tosi, essa evolução, que agora conta com processos automatizados, atendimento médico remoto e programas mais personalizados e abrangentes – para citar alguns exemplos – deve continuar no próximo ano.
“Há pouco espaço para que as empresas retornem aos modelos anteriores e, por vezes, burocráticos. Além disso, o cuidado com a saúde mental, emocional, financeira e bem-estar do colaborador deve se confirmar entre as principais missões da área de Recursos Humanos, assim como programas que atinjam cada vez mais o grupo familiar, não só o funcionário.”
Para Thaís, quanto as tendências do RH, também devemos acompanhar a ascensão da tecnologia em processos do setor, englobando desde a avaliação de currículos até a organização de dados para treinamentos, avaliações, promoções, pagamento de bônus por resultado e gestão da promoção da saúde.
Outra mudança importante é em relação ao comportamento dos gestores. Segundo ela, em vez de comando e controle, deveremos ver mais habilidades de delegar e confiar. Com isso, o relacionamento entre empresas e profissionais deverá ser mais fluído, leve e menos possessivo.