Confira as últimas informações sobre Covid-19 e H3N2

03 de janeiro de 2022

Tempo estimado de leitura: 4 minutos

A médica infectologista Naiane Ribeiro Lomes reúne, neste artigo, as principais atualizações a respeito da pandemia de covid-19 e os casos de Influenza no Brasil. Acompanhe:

1. Dados atuais da pandemia

O Brasil segue com dificuldade de notificação do número de casos de covid-19, o que pode ter subestimado o impacto da pandemia nas últimas semanas. Entre 26/12/21 e 01/01/22 foram registrados 56.881 novos casos da doença – quase o dobro da semana anterior.

A maior circulação de pessoas, associado ao período de férias escolares e festas de final de ano, pode causar aumento do número de infectados pelo coronavírus nas próximas semanas, o que demanda cautela. Por essa razão, algumas empresas adiaram o retorno ao trabalho presencial após o recesso, por temer o crescimento da taxa de adoecimento.

Sendo assim, o uso de máscara deve ser reforçado (principalmente nas atividades que são realizadas em ambientes fechados).

Referências: Conass e Valor

2. Vacinação em crianças

Diversas organizações técnicas, como a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-COVID), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), se posicionaram de maneira favorável à imunização de crianças entre 5 e 11 anos contra a covid-19. É esperado que, em janeiro, o Ministério da Saúde inicie o planejamento para vacinação dessa população.

Em 2020, cerca de 2,9 mil casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ocorreram em crianças de 5 a 11 anos, causando 156 mortes. Em 2021, foram registrados 3.185 novos casos da doença na mesma faixa etária, com 145 mortes.

O receio do aumento do número de casos de SRAG devido ao retorno das aulas presenciais, bem como a disseminação da variante ômicron do coronavírus, traz à tona a relevância de incluir medidas disponíveis de prevenção às crianças, o que inclui vacinação.

Referências: SBImSBImCDC

3. Vacinação no Brasil

Até a publicação deste artigo, foram administradas 328,5 milhões de doses das vacinas contra a covid-19 no país, sendo que 67% da população está com esquema vacinal completo.

Porém, existe preocupação quanto a distribuição heterogênea entre unidades federativas: apenas 16% dos municípios brasileiros apresentam 80% da população com esquema vacinal completo. Localidades com maior dificuldade de acesso a recursos essenciais (como regiões de fronteira e localidades no Nordeste) apresentam desafios para a vacinação, o que gera risco à população com eventual aumento de casos graves e surgimento de variantes.

Em 2022, os imunizantes priorizados para utilização são os produzidos pela Pfizer/BioNTech e Fiocruz/AstraZeneca, por já apresentarem registro definitivo no país. Os imunizantes Coronavac e Janssen, que correspondem a quase 30% das doses administradas, podem ser reconsideradas caso obtenham registro definitivo pela Anvisa.

Referências: Ministério da SaúdeOur World in DataFiocruzAnvisaAgência Brasil

4. Variante Ômicron

A Ômicron já foi identificada nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina e Minas Gerais, além do Distrito Federal. A Organização Mundial de Saúde (OMS) mantém alerta sobre essa variante, que apresenta maior transmissibilidade em comparação com a sua antecessora, a Delta.

Entretanto, dados do Reino Unido, África do Sul e Dinamarca sugerem menor risco de hospitalização ou morte pela Ômicron quando comparada com a variante Delta.

Referências: Instituto Butantan, Ministério da SaúdeOMSJAMA NetworkImperial College

5. Período de isolamento

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC – EUA) reduziu o período de isolamento de indivíduos com infecção pelo SARS-CoV-2 para 5 dias (desde que não haja febre por pelo menos 24 horas e com a melhora dos sintomas).

A instituição recomenda, ainda, o uso consistente de máscara durante os 5 dias subsequentes quando a pessoa infectada estiver em contato com outras pessoas, a fim de minimizar o risco de transmissão do vírus. A nova orientação deriva do fato que o maior risco de transmissão da covid-19 ocorre nos primeiros dois a três dias da doença.

No Brasil, até o momento, não houve atualização da nota técnica do Ministério da Saúde e o período recomendado de isolamento continua de 10 dias.

Referências: CDCMinistério da Saúde

6. Epidemia de gripe

Atualmente, o Influenza A é o vírus mais prevalente entre os casos de gripe no estado do Rio de Janeiro. A ocorrência da síndrome gripal fora do período habitual (que geralmente acontece nos meses de outono e inverno) pode ser em decorrência das medidas preventivas contra a covid-19, que diminuíram nas últimas semanas.

Fazem parte do grupo de risco da Influenza: gestantes e puérperas, pessoas com mais de 60 anos, crianças com menos de 5 anos, população indígena, menores de 19 anos em uso prolongado de aspirina (ácido acetil salicílico), pessoas com comorbidade, como: doença pulmonar, doença cardiovascular, doença renal, doença hepática, diabetes, doenças neurológicas que comprometam a respiração, imunossupressão ou obesidade.

Nesses indivíduos, o tratamento com antiviral (o mais utilizado é o oseltamivir) pode reduzir a taxa de complicações. Pode ser indicada, ainda, quimioprofilaxia para quem pertence ao grupo de risco, se iniciada até 48 horas após o contato com caso suspeito ou confirmado para Influenza.

Para os indivíduos com quadro suspeito ou confirmado, recomenda-se isolamento durante 7 dias. Vale lembrar que os sintomas são semelhantes aos causados pelo coronavírus, o que requer teste laboratorial para confirmação do diagnóstico.

A vacina quadrivalente, utilizada na campanha contra a gripe no ano de 2021, não oferece proteção contra a cepa H3N2. Logo, uma nova vacina deverá ser formulada neste ano para incluir a variante.

Referencias: Prefeitura de São PauloMinistério da SaúdeGoverno do estado do Rio de JaneiroSBImOMS

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