Fim dos Certificados Digitais A1, A2 e Série S: por que a transição exige planejamento

25 de novembro de 2025

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

A ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira) iniciou oficialmente a transição para um novo padrão de certificados digitais. O governo publicou o cronograma que prevê a descontinuação dos modelos A1, A2 e das séries S1–S4, com prazo final em 2029. 

Isso significa que empresas e profissionais precisarão atualizar seus certificados para padrões mais seguros — e ignorar essa mudança pode gerar riscos jurídicos, falhas operacionais e interrupções em processos críticos. 

O que diz o novo cronograma da ICP-Brasil 

O plano de transição organiza a migração de forma escalonada, substituindo gradualmente os modelos antigos por certificados mais robustos. Veja o que esperar em cada etapa: 

2025–2026: início da descontinuação 

  • Emissão reduzida de certificados A1 e A2. 
  • Fim da emissão dos modelos iniciais da série S (S1 e S2). 
  • Incentivo à migração para certificados mais seguros (A3, A4 e equivalentes). 

2027–2028: fase de transição obrigatória 

  • Certificados antigos deixam de ser renovados. 
  • Empresas precisam adequar sistemas internos, ERPs, plataformas de assinatura e fluxos críticos. 
  • Aumento do uso de tokens, HSMs e soluções de hardware seguro. 

2029: descontinuação definitiva 

  • A1, A2, S1, S2, S3 e S4 deixam de ter suporte. 
  • Apenas os padrões atualizados permanecem válidos na cadeia ICP-Brasil. 

Riscos para quem não migrar 

As organizações que permanecerem com certificados descontinuados tendem a enfrentar falhas de autenticação, dificuldades para transmitir obrigações legais e interrupções em rotinas críticas. Além disso, há um risco jurídico relevante: assinaturas e contratos firmados com certificados inválidos podem perder força legal, comprometendo operações fiscais, societárias e comerciais.  

Em outras palavras, manter modelos antigos após o prazo significa expor o negócio a problemas de conformidade e a possíveis paralisações operacionais. 

Por que a mudança é necessária? 

A atualização da ICP-Brasil se tornou inevitável principalmente por três fatores estruturais. Do ponto de vista da segurança, os certificados antigos já não atendem ao nível de proteção exigido pelas ameaças atuais: suas chaves, algoritmos e ciclos de vida foram concebidos em um cenário tecnológico muito diferente do de hoje. A migração para padrões mais robustos fortalece toda a cadeia de confiança e reduz significativamente o risco de fraude ou interceptação. 

Há também um movimento regulatório claro. Diversos órgãos públicos e plataformas governamentais passaram a exigir certificados mais modernos para envio de informações e assinatura digital, um sinal de que a infraestrutura nacional precisa acompanhar padrões internacionais e suportar fluxos de dados cada vez mais sensíveis. 

Por fim, há a necessidade de padronizar o ecossistema. A coexistência de tantos modelos cria complexidade, aumenta o risco de incompatibilidades e dificulta a escalabilidade. Ao reduzir o conjunto de certificados e concentrar esforços em formatos mais seguros e estáveis, a ICP-Brasil torna o ambiente mais eficiente tanto para empresas quanto para desenvolvedores e para o próprio governo.

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O que empresas e profissionais precisam fazer agora

Mapear dependências

Identifique onde A1/A2 ainda são utilizados: 

  • sistemas fiscais e contábeis; 
  • ERPs; 
  • assinadores; 
  • rotinas jurídicas ou societárias. 

Esse diagnóstico orienta o esforço de migração. 

Planejar a nova arquitetura de certificados 

Avalie qual modelo faz mais sentido para o negócio: 

  • tokens e cartões criptográficos; 
  • HSM corporativo; 
  • certificado em nuvem; 
  • modelos híbridos. 

Considere fatores como volume de assinaturas, mobilidade, integrações e governança. 

Revisar políticas internas 

Atualize normas sobre: 

  • guarda e gestão de chaves; 
  • autorização de assinantes; 
  • uso de certificados em fluxos automatizados.

Mitigar riscos jurídicos  

Certificados expirados ou inválidos podem comprometer contratos, procurações, documentos societários, obrigações fiscais e trabalhistas. 

Integrar tecnologia, compliance e segurança 

A migração não é apenas técnica: ela impacta continuidade do negócio, governança e aderência regulatória. 

Vantagem competitiva está na preparação 

A descontinuação dos modelos A1, A2 e S1–S4 marca uma mudança profunda na identidade digital brasileira. O cronograma já está definido: agora, o diferencial está em como cada organização vai conduzir sua adaptação até 2029. 

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