O Brasil é o 9º país com mais falta de mão de obra qualificada em 2022, entre 40 países. Os dados são de um estudo da consultoria de recursos humanos ManpowerGroup, que ouviu 40 mil empresas de todos os setores.
Por aqui, 81% dos empregadores disseram enfrentar dificuldade para encontrar trabalhadores com a qualificação necessária. O índice subiu em relação ao estudo do ano passado (71%) e é maior que a média global (75%).
Setores onde mais faltam mão de obra:
- Banco e finanças (86%);
- TI e tecnologia (84%);
- Indústria (84%);
- Educação, saúde e governo (80%);
- Atacado e varejo (79%);
- Construção (76%);
- Hotelaria e restaurantes (66%).
O estudo também lista as áreas com maior demanda de mão de obra qualificada:
- Tecnologia da Informação & Dados (40%);
- Atendimento ao Cliente & Front Office (32%);
- Logística & Operações (23%);
- Marketing & Vendas (21%);
- Administração & Apoio ao Escritório (21%).
Os percentuais somam mais de 100% porque os entrevistados puderam escolher mais de uma opção.
Habilidades mais difíceis de encontrar
Em entrevista à CNN Rádio, a diretora de gestão estratégica de pessoas no ManpowerGroup, Wilma Dal Col, explicou que a pandemia “pisou no acelerador” do problema, mas não o causou.
“A cada ano, as empresas têm mais dificuldades para preencher vagas, desde as mais simples até algumas funções que exigem maior preparo e formação”, avaliou.
Essas dificuldades estão relacionadas “ao avanço e desenvolvimento da tecnologia, que vem cada vez mais trazendo soluções ágeis e exige o melhor da competência humana. Mão de obra qualificada não é só formação e execução de atividade, mas comportamentos e habilidades humanas que podem fazer a diferença.”
As cinco habilidades mais difíceis de encontrar entre os candidatos, de acordo com os entrevistados na pesquisa, são:
- Raciocínio e resolução de problemas;
- Resiliência e adaptabilidade;
- Iniciativa;
- Confiabilidade e autodisciplina;
- Espírito colaborativo e trabalho em equipe.
As empresas, diante desse quadro, podem seguir dois caminhos, segundo Wilma: uma de curto prazo e outra de abordagem sustentável.
“Primeiro é questionar como estou atraindo e retendo talentos, se estou com as melhores práticas de seleção e oferecendo o que querem. A sustentabilidade é trabalhar com o preparo dos profissionais, ser um pool de talentos, não de pessoas prontas de imediato.”
Paralelamente a isso, a diretora reforça que a mudança também está na mão do profissional: “É uma via de mão dupla, escolhas individuais fazem parte, a proposta de valor para a carreira é importante e está nas mãos dele.”
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