O uso da tecnologia no nosso cotidiano aumenta cada vez mais e a exposição aos cybers risks segue o mesmo ritmo. Hoje, os crimes virtuais são considerados o 5º maior fator de preocupação entre as empresas. As principais ações dos hackers são roubo de informações estratégicas e bases de dados de clientes, além da interrupção das atividades operacionais.
Em 60% dos casos os ataques visam à propriedade intelectual. É a espionagem industrial, que atinge principalmente os setores de pesquisa e desenvolvimento das grandes organizações. Cerca de 34% dos crimes têm como objetivo obter informações financeiras. Do restante, 5% é causado pelo uso indevido de informações por parte dos próprios funcionários e 1% por ataques causados por aplicativos maliciosos.
O Brasil é o segundo país que mais perdeu dinheiro com ataques cibernéticos – 62 milhões de pessoas foram vítimas de crimes virtuais, isso é 61% da população adulta conectada no país – um prejuízo de US$ 22 bilhões só em 2017. Até 2019 esse número pode atingir US$ 2,1 trilhões em perdas, segundo estimativas da Cyber Handbook.
Recentemente, informações de mais de 2 milhões de clientes de um grande site de e-commerce vazaram depois que um hacker invadiu o sistema e teve acesso ao nome, data de nascimento, CPF, valor gasto no site e até data da última compra. Segundo o Instituto Ponemon, um ataque a uma empresa com 400 funcionários, por exemplo, é capaz de impactar cerca de 28 mil registros no banco de dados, um prejuízo de aproximadamente US$ 1,7 milhão.
Mas os danos não são apenas financeiros. A exposição de dados sigilosos causa grave prejuízos à reputação e à confiabilidade das empresas, que têm suas relações com os clientes e mercado abaladas, comprometendo a sua imagem e desempenho.
É possível se proteger?
Para minimizar os danos, contratar um seguro contra crimes cibernéticos é a melhor forma de proteção. Esse tipo de serviço oferece suporte para investigar e sanar os danos causados por invasões de hackers, extorsão, roubo de dados digitais entre outros ataques que prejudiquem empresas e seus clientes.
Segundo Paulo Baptista, especialista em riscos cibernéticos e sócio da It’sSeg Partners, as coberturas são amplas. O seguro inclui todo o suporte contra violação, infecção, roubo, destruição ou corrupção de dados; interrupção das operações e prejuízos decorrentes; exposição da privacidade e confidencialidade de informações; violação de propriedade intelectual; danos morais e intelectuais, além de cobrir os custos com perícia, comunicação e gestão de crise de imagem. O custo do seguro contra riscos cibernéticos gira em torno de 0,5% a 1% do valor do patrimônio segurado, o que é extremamente acessível tento em vista os riscos que estão em jogo.
Entre maio e dezembro de 2017, a busca por esse tipo de seguro cresceu 200%. Nos EUA, esses produtos geraram US$ 1,35 bilhão em prêmios em 2016, de acordo com a Associação Nacional de Comissários de Seguros. Esse número parece pequeno quando comparado aos US$ 244,9 bilhões em prêmios totais gerados pelas seguradoras do país, mas indica um mercado em ascensão.
Segundo o relatório Looking ahead: Cyber Security 2018, os ataques estimulam empresas públicas, privadas e governos a trazer mais inovação para seus departamentos internos de segurança, o objetivo é responder cada vez mais rápido ao primeiro sinal de ameaça.
A preocupação não é mais sobre se os ataques vão acontecer ou não. Eles vão, cedo ou tarde, afinal nenhuma empresa está imune a eles. Já que não temos para onde correr, é preciso estar preparado e protegido o suficiente para mitigar os riscos e evitar perdas quando eles chegarem.