Seguro auto popular explora terreno fértil

15 de maio de 2017

 

A frota de automóveis do Brasil foi de 24 milhões para 50 milhões de carros entre 2001 e 2012. Hoje, esse número já passa dos 60 milhões, sendo que desse total, 70% não possui seguro. Mesmo que a crise econômica tenha afetado o comércio de veículos novos, fazendo as vendas caírem 20% em 2016, o mercado de usados aumentou 24% no mesmo período. Entretanto, é comum que conforme o carro vai envelhecendo e perdendo valor, o proprietário desista de pagar a proteção por achar muito cara, e fique exposto a uma perda ainda maior em caso de sinistro.

Focado nesse público, o seguro auto popular chegou às prateleiras há poucos meses com a proposta de atender as principais necessidades dos motoristas por um preço mais acessível do que o praticado pelo seguro automotivo convencional. Para o Diretor de Ramos Elementares da It’sSeg Seguros Inteligentes, Fernando Martinez, a evolução do auto popular é fundamental para a elevação do número de automóveis assegurados em relação à frota exposta, que é enorme, assim como a demanda desse setor.

Apesar de desde 2005 existirem opções com valor reduzido no mercado, estas não despertaram o interesse esperado devido à limitação da cobertura – apólices com indenização integral por valor determinado na hora da contratação, sem garantias para colisões, apenas para furto, roubo e danos materiais a terceiros. É nesse ponto que a nova proteção se diferencia.

Popular como?

Cobrindo colisão, furto, roubo, danos materiais a terceiros e indenização por valor determinado na hora do contrato ou pelo valor de mercado, por exemplo, a Tabela Fipe, o auto popular foi idealizado para oferecer até 35% de economia em comparação aos seguros tradicionais por utilizar nos reparos peças usadas ou recondicionadas oriundas de desmanches legalizados, conforme a lei 12.977, que regulamentou os desmontes de veículos em todo o País em 2014, ou genéricas, feitas com as mesmas especificações das peças originais. Itens de segurança como freios, amortecedores, cintos, pneus, entre outros só podem ser substituídos por novos.

Esse foi o motivo do seguro, apesar de aprovado no segundo bimestre de 2016, ainda não ter entrado efetivamente no mercado. De acordo com as regras determinadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) em abril do ano passado, apenas peças originais usadas ou seminovas vindas de desmanches regularizados poderiam ser utilizadas. Porém, para as seguradoras, isso não seria suficiente para baratear o custo, já que não há uma circulação de peças que atenda essa demanda. Apenas com itens usados o conserto demoraria muito por falta de material ou custaria muito mais. A saída seria a liberação do uso de peças de fabricação independente.

“O grande desafio que o seguro auto popular tem pela frente é criar atratividade para que as seguradoras de automóvel, junto aos seus parceiros, consigam trazer uma real competitividade para o produto e vantagens para os consumidores”, ressalta Fernando Martinez.

Usados em foco

As vantagens do auto popular não são para todos. Como o foco é a atuação no mercado de usados, somente carros com no mínimo cinco anos de uso podem aderir ao seguro. Este é um mecanismo de autorregulação das próprias seguradoras, já que a maioria das montadoras oferece garantia nesse prazo para carros 0km.

Alguns contratos podem aceitar veículos mais novos, porém o uso não pode ser inferior a três anos, já que esse é o tempo mínimo para vendas de peças genéricas.

Conheça a sua proteção

Além do pacote básico, o segurado tem a liberdade de adquirir serviços complementares, como assistência 24 horas, guincho, cobertura de responsabilidade civil, entre outros a depender do portfólio da seguradora.

É importante que, antes de contratar o serviço, o corretor explique todas as especificações de cobertura ao consumidor para que ele fique ciente das condições desse seguro. A fim de evitar surpresas, é preciso saber que, por exemplo, as seguradoras podem exigir que os reparos sejam feitos apenas em oficinas “parceiras”, não mais com liberdade de escolha e reembolso posterior. Essa é uma das práticas que permitem garantir a qualidade do serviço e negociar os melhores descontos.

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