O transporte de cargas fracionadas pode aumentar a eficiência operacional, mas também traz riscos que afetam múltiplos remetentes simultaneamente.
A maior manipulação das mercadorias, a variedade de produtos, as paradas frequentes e a dificuldade de controle individual aumentam as chances de extravios e roubos. Além disso, as reacomodações ao longo do trajeto elevam o risco de avarias, especialmente em itens frágeis ou sensíveis a variações climáticas.
Diante disso, a gestão de riscos no transporte fracionado precisa ser ainda mais criteriosa, com foco na integridade da carga e na prevenção de perdas ao longo de toda a cadeia logística.
O papel das pessoas e processos na gestão de riscos das cargas fracionadas
Nos últimos anos, o investimento em ferramentas de segurança ganhou protagonismo. No entanto, isso fez com que outros pilares fundamentais da gestão de riscos da cadeia logística fossem deixados em segundo plano.
A maior preocupação tem sido atender aos níveis de segurança exigidos pelo Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR) e pela apólice de seguro de cargas. O problema? O PGR, por si só, é um instrumento técnico e impessoal: cruza dados da carga e da rota com medidas padronizadas, mas não contempla a complexidade da operação na prática.
Na realidade do transporte, pontos críticos como a seleção adequada dos motoristas e o planejamento logístico são frequentemente negligenciados. Um prazo apertado pode aumentar o risco de acidentes; por outro lado, viagens muito longas ampliam a vulnerabilidade a roubos.
A precarização da frota também impacta diretamente o nível de serviço e o aumento dos sinistros. Menores investimentos em manutenção, segurança e capacitação levam a um ciclo de ameaças crescentes.
Além disso, vazamentos podem comprometer toda a operação. Por isso, é crucial que embarcadores, transportadoras e gerenciadoras adotem protocolos rígidos para o tratamento de dados. Sistemas eficientes limitam o acesso às informações sensíveis, garantindo que cada colaborador visualize apenas o necessário para cumprir sua função.
É essencial buscar domínio entre segurança, eficiência e custos. Isso passa por aplicar boas práticas com base em dados, mas também por decisões inteligentes e planejamento.
O ponto de partida continua sendo a apólice e o PGR
Mas para decisões mais precisas e menos suscetíveis a falsos positivos, é essencial combinar diferentes variáveis. Hoje, já existem sistemas capazes de criar protocolos automáticos de ação e reação, ajustando-se rapidamente a qualquer cenário.
Um bom planejamento garante o controle dos prazos de carregamento, transporte e entrega, reduzindo tanto os riscos de acidente quanto os de roubo. Com esse controle em mãos, também é possível monitorar SLAs e indicadores de performance, otimizando a operação e os custos.
As tecnologias certas permitem que embarcadores e transportadores otimizem seus recursos sem comprometer a segurança ou a qualidade do serviço. Quando bem aplicadas, promovem o equilíbrio entre tecnologia, pessoas e processos.
Essa integração contribui diretamente para a redução de sinistros, a diminuição dos custos operacionais, a melhoria contínua dos processos e o fortalecimento do nível de serviço prestado.